Deputado Eduardo Bolsonaro critica boicote do Carrefour e governo francês: “hipocrisia e protecionismo em jogo”

Assim como ministros do governo DE, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) entrou em campo para protestar contra a decisão da rede francesa Carrefour de suspender a compra de carne de países do Mercosul. O filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou requerimento na Comissão de Relações Exteriores da Câmara pedindo moção de repúdio ao protecionismo francês contra as carnes brasileiras.

Carrefour na França anunciou boicote à carne do Mercosul. O deputado Eduardo Bolsonaro fez críticas ao governo do presidente francês, Emmanuel Macron. Eduardo Bolsonaro protocolou moção de repúdio ao boicote do Carrefour às carnes brasileiras. A decisão desnuda, ainda, a hipocrisia europeia, que critica políticas protecionistas, aplicando protecionismo na veia. A decisão, supostamente tomada por questões ambientais, não se sustenta. O presidente francês sabe que o setor rural do seu país não tem condições de competir com produtos brasileiros, melhores e mais em conta para os consumidores.

No requerimento, Eduardo critica o governo Emmanuel Macron. Durante seus anos de governo, Bolsonaro e Macron tiveram desavenças. O brasileiro, inclusive, chegou a ofender a primeira-dama francesa, Brigitte Macron. Macron se utiliza de grandes empresas do setor de alimentos para, de forma ilegal e imoral, boicotar a compra de carnes e soja do Brasil e do Mercosul, sem qualquer justificativa razoável para tal, diz Eduardo no requerimento.

O motivo da revolta de autoridades brasileiras contra o Carrefour foi causado pelo CEO global da rede de supermercados francesa, Alexandre Bompard. Bompard alegou, na carta, que a decisão foi tomada porque, “em toda a França, ouvimos a consternação e a indignação dos agricultores diante da proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul”. Diante da decisão, ministros do governo DE reagiram. O titular da pasta da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou a elogiar a decisão de frigoríficos brasileiros de boicotar a rede de supermercados no Brasil em resposta à medida.

O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros, contra-atacou o Ministério da Agricultura, em nota à imprensa. Como mostrou a coluna, a própria embaixada brasileira na França também emitiu nota de repúdio à decisão do Carrefour, afirmando que a fala do CEO da rede de supermercados reflete opinião e temores infundados. Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Acesse a coluna do Metrópoles.

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Baptista Júnior acusa Zambelli de pressioná-lo por golpe na FAB; deputada nega

Paulo Cappelli

Tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que comandou a FAB no governo Bolsonaro, disse à PF que Zambelli o pressionou por golpe; deputada nega

Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) durante a suposta articulação de golpe de Estado, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior afirmou à Polícia Federal (PF) que foi pressionado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) a aderir a plano para manter o então presidente Jair Bolsonaro na Presidência. O depoimento consta no relatório encaminhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira (26/11).

Diz o documento: “Baptista Júnior relatou que as pressões para anuir ao golpe de Estado ultrapassaram as redes sociais. O depoente disse que, no dia 08/12/2022, após a formatura dos aspirantes à oficial da FAB, na cidade de Pirassununga (SP), foi interpelado pela deputada federal Carla Zambelli com a seguinte indagação: ‘Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão’. O depoente afirmou que entendeu que a deputada estava propondo que aderisse a um ato ilegal”.

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, Almirante Gariner, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF. Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é condenada por divulgar número telefônico de mulher que a chamou de fascista. Ex-comandante da FAB disse que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro.

Procurada por meio de sua assessoria, Carla Zambelli negou que tenha solicitado apoio para um golpe de Estado. “A deputada esclarece que desconhece os fatos envolvendo essa minuta, reiterando que igualmente jamais anuiria, pediria ou solicitaria algo irregular, imoral ou ilícito. Ademais, não se recorda desse fato reportado e, se porventura pediu acolhimento, o fez por causa da derrota nas eleições, apoio que seria perfeitamente plausível naquele momento”.

De acordo com o depoimento de Baptista Júnior, seis dias depois, em 14/12, ocorreu uma reunião no Ministério da Defesa. No encontro, o então ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira teria apresentado a minuta do decreto presidencial que serviria como sustentação jurídica para o golpe e tentou pressionar os comandantes das Forças a aderir ao movimento. O encontro ocorreu na mesma semana em que Lula foi diplomado como vencedor da eleição presidencial.

De acordo com a PF, o então comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, foi o único que se colocou à disposição para cumprir as ordens do decreto. Baptista Júnior disse que, após a reunião, começou a receber ataques por meio das redes sociais, sendo chamado de “melancia” e “traidor da pátria”.

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