Deputado Marcel Van Hattem indiciado pela PF por discurso contra delegado: Procuradoria da Câmara se posiciona

Paulo Cappelli

O deputado Marcel Van Hattem foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por discurso contra delegado na tribuna da Câmara

A Procuradoria Parlamentar da Câmara se posicionou contra a investigação da Polícia Federal contra o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). O congressista, junto ao colega de oposição Cabo Gilberto Silva (PL-PB), foi indiciado nesta terça-feira (26/11) pela PF pelos crimes de calúnia e difamação contra um delegado que atua em processos com relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

O parecer é assinado pelo procurador da Câmara, o deputado Luís Tibé (Avante-MG). O documento afirmou: “É imperativo que o STF, em sua função de guardião da Constituição, coíba a instauração de inquéritos ou procedimentos que busquem apurar o conteúdo das manifestações parlamentares, preservando, assim, o direito constitucional à inviolabilidade e ao livre exercício do mandato popular”.

No relatório continuou, citando o parlamentar: ”A fala do deputado Marcel Van Hattem, proferida da tribuna desta Casa, integra o exercício legítimo de seu mandato popular e está resguardada pela liberdade de expressão e pelo direito de crítica, estando, portanto, protegida pela inviolabilidade material, consagrada no art. 53 da Constituição Federal”.

Para a Procuradoria da Câmara, a “mera instauração do inquérito” configura uma “forma indireta de perseguição política” contra o parlamentar gaúcho. O procurador conclui que a investigação “constitui uma interferência que desrespeita a independência do Poder Legislativo, compromete o pleno exercício dos mandatos conferidos pelo povo e agride o postulado da livre manifestação do pensamento, indispensável ao direito de crítica”.

A PF apontou que Van Hattem cometeu crimes de calúnia e difamação ao discursar contra o delegado Fábio Alvarez Shor. Ele atua com o ministro Alexandre de Moraes (STF) em inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de políticos e militantes da oposição.

Em agosto, Van Hattem disse: “Não tenho medo de falar e repito: eu quero que as pessoas saibam, sim, quem é este dito policial federal que fez vários relatórios absolutamente fraudulentos contra pessoas inocentes, inclusive contra Felipe Martins [ex-assessor de Bolsonaro na Presidência]”. Em seguida, o parlamentar afirmou que o delegado tem “agido como bandido” e garantiu: “Eu tenho imunidade parlamentar. Deveria até ter começado dizendo isso”.

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Polícia Federal age rápido para afastar agente corrupto ligado a funkeiros do PCC

A Polícia Federal agiu rápido para afastar um agente preso por receber propinas de funkeiros ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O investigador Rodrigo Barros de Camargo, conhecido como “Rato”, foi flagrado recebendo valores que podiam chegar a até R$ 100 mil das estrelas da Love Funk, como os MCs Paiva, Brisola e GHdo 7. A prática ilegal envolvia a liberação de rifas nas redes sociais, servindo como meio de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.

As investigações apontam que o policial era uma peça-chave na rede criminosa, atuando para evitar ou interromper investigações sobre as rifas ilegais realizadas pelos artistas da Love Funk. Essa estrutura organizada contava com divisão de tarefas, uso de empresas para movimentação de recursos e articulações entre empresários, artistas e agentes públicos. Os crimes envolvem corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar.

A atuação de “Rato” ocorria no 6º Distrito Policial de Santo André, na Grande São Paulo. Conversas de WhatsApp entre os acusados revelam como o esquema funcionava, com pagamentos à polícia sendo negociados para proteger os envolvidos nas práticas ilegais. O empresário Vitor Hugo dos Santos e os artistas discutem os valores, com destaque para um diálogo entre MC Brisola e Victor Hugo sobre repasses de R$ 20 mil aos policiais.

A complexidade do esquema envolvia ocultação de patrimônio dos artistas e empresários, com a compra de bens de luxo, fazendas, adegas e barras de ouro. A PF conseguiu apreender joias e dinheiro em poder dos acusados, comprovando a prática criminosa. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os envolvidos por sonegação de impostos, revelando a extensão das atividades ilegais que visavam evitar a fiscalização e lavar dinheiro para o PCC.

A gravidade do caso levou à prisão do agente corrupto e à tomada de medidas para coibir futuras práticas semelhantes. A população deve estar atenta e denunciar atividades suspeitas que envolvam a corrupção de agentes públicos, garantindo assim a integridade e o correto funcionamento das instituições de segurança. A colaboração da sociedade é essencial para combater a impunidade e garantir que a lei seja cumprida.

É importante ressaltar a importância da transparência e da ética no trato com recursos públicos e no combate à corrupção em todas as esferas da sociedade. A Polícia Federal segue atenta a essas práticas ilegais, agindo de forma eficaz para investigar, identificar e punir os responsáveis. A operação que resultou no afastamento do agente corrupto demonstra a dedicação das autoridades em garantir a segurança e a tranquilidade da população, combatendo ativamente atividades criminosas que visam minar a ordem e a justiça.

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