Deputado quer banir “viés ideológico” do Enem e concursos públicos

Deputado quer banir “viés ideológico” do Enem e concursos públicos

O senador Cleitinho (PL-MG) apresentou um projeto de lei que visa proibir a presença de questões com viés ideológico no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em concursos públicos e vestibulares de universidades públicas. Segundo críticos, tais questões alimentam controvérsias, influenciando o debate educacional.

De acordo com o PL 6.138/2023, a banca examinadora ficaria sujeita a penalidades. Entre elas, suspensão de até cinco anos na participação de concursos públicos e vestibulares de universidades públicas, além de multa, caso descumpra a medida. A proposta ainda não foi encaminhada para análise das comissões do Senado.

Na justificação do projeto, Cleitinho argumenta que as avaliações devem primar pela imparcialidade, buscando a seleção de candidatos com base em critérios técnicos e promovendo o pensamento crítico, independentemente de viés ideológico.

“A utilização dessas questões, a exemplo do que aconteceu no último Enem com relação a questões que criam uma imagem negativa do agronegócio, condiciona o que o ensino nas escolas para os anos seguintes, o que coloca em risco todo o sistema educacional”, alega.

Parcial

Cleitinho expressa preocupação com o impacto dessas questões no sistema educacional, argumentando que a introdução de ideologias em exames públicos ameaça a imparcialidade do ensino. O senador destaca que é legítimo ter ideologias, contudo defende a exclusão desse elemento nos ambientes escolares e em processos seletivos.

O senador destaca a polêmica ocorrida no último Enem, em novembro de 2023. A bancada do agronegócio e opositores ao governo buscaram anular questões por suposto viés ideológico. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) exigiu explicações do ministro da Educação, Camilo Santana, referentes a uma questão que criticava a lógica do agronegócio no Cerrado.

A questão em referência tinha um texto que dizia que, no Cerrado. O enunciado dizia que o “conhecimento local” está subordinado “à lógica do agronegócio” e o “capital impõe conhecimentos biotecnológicos” que trazem consequências negativas. O trecho em questão faz parte de um artigo que a Revista de Geografia da Universidade Estadual de Goiás publicou . (** Com informações da Agência Senado)

 

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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