Deputado questiona ”sanidade mental” de Bolsonaro

Ex-aliado questiona ''sanidade mental'' de Bolsonaro: ''É vergonhoso''

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), ex-aliado de Jair Bolsonaro, questionou a sanidade mental do ex-presidente durante a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara no Congresso na última terça-feira, 18. A fala foi feita após uma proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro. 

“Isso é vergonhoso para o país. Nós não temos mais condições de viver com esse ódio. Sou contra a CPI do 8 de janeiro. Nós não podemos mais viver na mentira de vídeos editados, de uma direita maluca, que não deu certo nos Estados Unidos e não vai dar certo aqui”, disparou o deputado.

O parlamentar se referiu ao Bolsonaro ao avaliar que o Brasil perdeu a liderança do Mercosul devido ao ”excesso ideológico”. Além disso, ele assumiu que votou no ex-presidente nas eleições passadas, mas que se arrependeu da decisão. 

”Nunca achei que ia ter que votar no PT. O Bolsonaro é um cara que não merece nem ser preso. Eu sou contra. Ele merece um exame de sanidade mental. Um homem que conseguiu brigar com os Estados Unidos, com a China. Um católico que manipula os evangélicos. É vergonhoso hoje”, atacou Pinato.

Pinato aproveitou para sinalizar apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o elogiou sobre a decisão de permanecer no país em 2018, quando o político foi preso durante a operação Lava Jato. 

“É um cara que firma posição. É um cara que, sabendo que ia ser preso, ficou no país. Têm até boatos de que inteligências de outros países interferiram na questão da Lava Jato, onde foi o maior caos para o país”, disse.

Flávio Pinato foi um dos articuladores, ao lado do deputado Otoni de Paula (MDB), para a formação da base de Bolsonaro em 2019. Ele participou das reuniões com caciques, como Ciro Nogueira (PP) e Valdemar Costa Neto (PL), resultando na filiação do ex-presidente ao PL.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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