TH Joias conseguiu R$ 9 milhões no Complexo do Alemão para trocar por dólares destinados ao tráfico, movimentando um total de R$ 13 milhões junto com sua esposa, de acordo com informações da Polícia Federal.
O deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias e preso recentemente, é acusado de ser o braço político do Comando Vermelho (CV). Segundo a investigação da PF, ele buscou R$ 13 milhões em 3 anos, sendo R$ 9 milhões em espécie no Alemão para realizar transações com o tráfico de drogas.
O inquérito policial revela que em abril de 2024, antes de assumir o mandato como suplente, TH Joias foi ao Alemão para buscar R$ 5 milhões em dinheiro vivo na residência de um traficante, supostamente Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão, um dos líderes do CV em fuga.
Além disso, o relatório da PF menciona que o deputado recebeu propina para trocar grandes quantias em reais por dólares, realizando o câmbio diretamente com os criminosos antes de assumir seu cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A Polícia Federal também aponta a participação de Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, conhecido como Dudu, na lavagem de dinheiro ao assessorar TH Joias nesse esquema ilícito. Ambos foram presos e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal devido à influência política e articulação com a organização criminosa.
Em relação à movimentação financeira, TH Joias e sua esposa movimentaram mais de R$ 13 milhões em suas contas entre 2021 e 2023, chamando a atenção da PF para valores incompatíveis com a renda declarada da mulher do deputado.
Enquanto publicamente o político defendia investimentos na segurança pública, nos bastidores ele supostamente repassava informações da polícia para o tráfico de drogas, indicando uma atuação dupla entre o discurso e os bastidores políticos.
A investigação identificou a participação estratégica de Alessandro Pitombeira Carracena, ex-servidor da Casa Civil, que fornecia informações privilegiadas à organização criminosa em troca de propina. Carracena avisava sobre operações policiais programadas, demonstrando sua colaboração com o crime organizado.