Deputados bolsonaristas querem nova seleção

Mesmo com os jogos pela Copa América iniciando no próximo domingo (13), a seleção brasileira ameaça boicotar os jogos, que serão realizados no Brasil. Os jogadores e o técnico, Tite, estão sendo criticados por deputados da base de apoio do presidente Bolsonaro. Eles acreditam que Tite deveria ser demitido e substituído por Renato Gaúcho, que se encontra em autonomia para convocar um novo time para participar da competição.

O ex-vice-líder do governo, o deputado Coronel Armando (PSL-SC) afirma que os jogadores estão sendo manipulados pelo técnico, e reforça a ideia de que se trata de um movimento político. Para eles e os demais apoiadores de Bolsonaro, é incoerente os jogadores se recusarem a competir na Copa América, mas manter outras competições no país.

“É um desgaste que, daqui a pouco, passa. Mas esses caras vão ficar marcados”, diz Armando. Para o deputado, caso não queiram jogar, basta trocar o técnico e convocar novos jogadores.

Carla Zambelli (PSL-SP), fiel defensora do presidente, nega que isso possa desgastar a imagem de Bolsonaro em outros países: “Quem está com Bolsonaro está com ele, independentemente de qualquer coisa. Bolsonaro não sofre (com a decisão dos jogadores), quem sofre é o Brasil”, assegura. Segundo ela, “os bolsonaristas estão reagindo a uma ação do Tite, das pessoas que são contra a Copa América, porque é incoerente (devido às outras competições futebolísticas realizadas no Brasil)”.

Zambelli ainda afirma: “É bom para a economia, para os brasileiros, para o otimismo. Aí, vem o pessoal, politiza isso e diz que não pode fazer a Copa América aqui. Se isso não é politização, porque não cancelaram os outros campeonatos? A ação partiu deles de politizar, e a gente está reagindo”.

Brasil fora da Copa do Mundo

Com a possibilidade de alteração no comando da Seleção Brasileira para agradar o governo, a FIFA pode punir a seleção nos próximos campeonatos.

De acordo com o Estatuto da Fifa, nos artigos 14 e 19: “No trato com instituições governamentais, organizações nacionais e internacionais, associações e agrupamentos, pessoas vinculadas por este Código devem, além de observar as regras básicas do art., permanecer politicamente neutras, de acordo com os princípios e objetivos da Fifa”, consta a organização.

“Pessoas vinculadas por este Código não devem desempenhar suas funções (em particular, preparar ou participar na tomada de uma decisão) em situações em que um conflito de interesses existente ou potencial pode afetar tal desempenho”, diz o artigo 19.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Cobertura de nuvens da Terra diminui, intensificando o aquecimento global

Pesquisas da NASA revelam que a Terra vem recebendo mais energia solar do que é capaz de refletir de volta ao espaço, desequilíbrio que agrava o aquecimento global. Embora o fenômeno tenha sido associado principalmente às emissões de gases de efeito estufa, à redução do gelo polar e à diminuição de partículas na atmosfera que refletem a luz solar, cientistas acreditam que esses fatores não explicam completamente o problema.

Recentemente, o climatologista George Tselioudis, do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, identificou um fator adicional: a redução da cobertura de nuvens reflexivas ao redor do mundo. Nos últimos 10 anos, essas nuvens diminuíram de maneira perceptível, ainda que em um grau relativamente pequeno, permitindo a entrada de mais luz solar e intensificando o aquecimento global. Em entrevista à revista Science, Tselioudis destacou: “Estou confiante de que esta é a peça que faltava.”

A equipe analisou duas regiões principais de formação de nuvens na atmosfera terrestre: o cinturão equatorial, onde os ventos alísios convergem, e as latitudes médias, onde correntes de jato geram sistemas de tempestades. Dados iniciais, baseados em 35 anos de imagens de satélites meteorológicos diversos, apontaram que as nuvens equatoriais estão encolhendo e que as trilhas de tempestades em latitudes médias estão se deslocando em direção aos polos, reduzindo sua área de influência. Contudo, inconsistências entre os satélites limitaram a precisão das conclusões.

Para eliminar essas incertezas, o novo estudo utilizou exclusivamente dados do satélite Terra, que monitora o planeta há 25 anos. A análise confirmou uma redução na cobertura de nuvens de aproximadamente 1,5% por década. Cerca de 80% dessas mudanças decorrem do encolhimento das nuvens, em vez de alterações em sua capacidade de refletir a luz solar.

Agora, o desafio dos pesquisadores é compreender as causas desse encolhimento. Caso esteja relacionado às mudanças climáticas, o fenômeno pode representar um agravante significativo para o cenário ambiental global, acendendo um novo alerta na comunidade científica.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp