Após os ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, prestarem depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, na terça, 04, e quarta-feira, 05, deputados goianos avaliaram suas declarações como graves sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro.
Na CPI, Mandetta defendeu a ciência e a vacina para combater a Covid-19. O ex-ministro declarou que o comportamento de Bolsonaro “impactou” no agravamento da pandemia. Teich, que comandou a pasta por menos de um mês, afirmou ter deixado o cargo devido a divergências com o presidente em relação às medidas a serem adotadas contra a Covid-19.
Aos senadores, Mandetta defendeu a ciência e a vacina para combater a Covid-19 e afirmou que o comportamento de Bolsonaro “impactou” o agravamento da pandemia. Teich, que comandou o Ministério da Saúde por menos de um mês, deixou o cargo após divergências com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre políticas a serem adotadas contra o coronavírus.
Para Elias Vaz, não há dúvidas que o atraso para comprar os imunizantes contra a Covid permitiu o avanço da pandemia e causou o aumento no número de mortes pela doença. “Por isso que a gente classifica o presidente Bolsonaro como genocida. A CPI deve trazer a verdade à tona e mostrar para a sociedade com provas os crimes cometidos pelo presidente”.
O delegado Waldir Soares, deputado federal pelo PSL, declarou que os depoimentos foram técnicos e que Mandetta e Teich deixaram claro que defendem a ciência. “Penso que foram depoimentos com excelentes resultados e informações para a CPI”. Ainda de acordo com o deputado, os ex-ministros não trouxeram novidades
“O afastamento do Teich a gente sabia que era em a razão da discordância com a opinião do presidente da República que defende a cloroquina e em relação ao Mandetta também foi muito técnica”. E aponta que “chamou a atenção” a tentativa do presidente Jair Bolsonaro “tentar mudar a bula da cloroquina que é um fato grave”.
Waldir ainda declara que o resultado da pandemia tende a ser mais político do que técnico. “Acredito que a CPI irá produzir efeitos políticos para as eleições de 2022, majoritária presidencial ou nos estados que forem apontados casos de corrupção com dinheiro dos recursos federais. E poderão ter repercussão nas eleições de governadores e da presidência da República”.
O deputado Rubens Otoni (PT), acredita que os depoimentos comprovam os crimes de responsabilidade do presidente Bolsonaro. “Tentar manipular o Ministério da Saúde, forçar o uso de Cloroquina sem nenhuma comprovação e tentar mudar a bula do medicamento na Anvisa são ações muito graves”.
Para Otoni, a importância da CPI é pressionar o governo a ter ação efetiva de combate à pandemia. “Neste sentido já tem sido positivo obrigando por exemplo a correr atrás de vacina.”
Foto: Evaristo Sá
Com informações do Jornal Opção