Deputados goianos querem avaliar Reforma da Previdência

O retorno aos trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados foi marcada por discussões em torno da Reforma da Previdência, que deveria ser votada dia 19 deste mês. Em ano eleitoral, os deputados alegam que vão analisar melhor as propostas e apresentar mudanças em alguns pontos polêmicos do projeto, como licença maternidade, planos de saúde, teto remuneratório no serviço púlico, entre outros.

Dos 17 deputados federais goianos, apenas Giuseppe Vecci (PSDB) e Thiago Peixoto (PSD-GO) se manifestaram favoráveis a reforma. Ao Diário do Estado, disseram que a retorma é imprenscindível para a recuperação econômica do país. O deputado Thiago Peixoto disse que não foi procurado por ninguém para combinar voto e que sua posição foi tomada por que conhece o projeto. “Não fui procurado por ninguém. Fui titular e vice-presidente da comissão especial que analisou a Reforma da Previdência, e desde então, apoio esta medida”, disse.

Os deputados Rubens Otoni (PT) e Delegado Waldir (PR) se declaram contra a reforma. “Desde o início sou contra a reforma da Previdência, porque voto a favor do trabalhador. Não me procuram porque sabem da minha posição. Sabem que não lido com barganha”, comentou Waldir. Sandes Júnior (PP) diz que a princípio é contra a reforma, mas acredita que no dia da votação, Alexandre Baldy, titular do mandato deve estar de volta à Câmara. O Ministro de Cidades deve se licenciar do cargo e voltar à Câmara Federal para a votação da Reforma da Previdência.

Os deputados Heuler Cruvinel, Célio Silveira e Daniel Vilela (que em dezembro disse ser contra a reforma) disseram não ser possível definir o voto antes de acompanhar as mudanças propostas e a finalização da matéria, caso seja colocada em votação. “Não posso me posicionar sem conhecer o teor do texto alterado, ou sem discutir pontos que, na minha opinião precisam ser revistos. Não há tendência no meu voto. Ele será definido de acordo com o que for proposto até o dia 19”, disse Célio Silveira.

Magda Mofatto, Jovair Arantes, João Campos, Roberto Balestra, Marcos Abrão e Flávia Morais não atenderam nem retornaram as ligações. Em dezembro, ouvidos pela Folha de São Paulo, Daniel Vilela, Pedro Chaves, Fábio Sousa, Flávia Morais e o Delegado Waldir se manifestaram contra a reforma. Na época, apenas Vecci, Balestra, Thiago Peixoto e Magda Mofatto disseram ser favoráveis. Jovair Arantes disse, na ocasião, que votaria de acordo com a orientação de seu partido, o PTB. Os demais parlamentares não quiseram se manifestar, alegando que a matéria não tem definição concreta.

Mesmo com a precocidade das discussões, o governo está otimista quanto a aprovação da reforma e garante que o trabalho de mobilização dos líderes de bancada e do presidente Michel Temer (MDB) já rendeu 207 dos 308 votos necessários. A estratégia do Planalto é sentir o Congresso e concluir articulações políticas antes de decidir que a reforma será colocada em votação ou não. Tudo dependerá da garantia de votos favoráveis.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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