Os social-democratas sofreram uma derrota histórica na Alemanha, com o Partido Social Democrata (SPD) obtendo apenas 16% dos votos em uma eleição antecipada. O chanceler federal Olaf Scholz, em meio à impopularidade recorde, viu sua legenda ser superada por seus rivais conservadores da União Democrata Cristã (CDU) e pelos ultradireitistas da Alternativa para a Alemanha (AfD). Esse resultado representa um desastre para o SPD, que não via uma derrota tão expressiva desde o século 19.
Com a queda do SPD para a terceira posição no Parlamento, Scholz deve ceder o cargo de chanceler federal para o conservador Friedrich Merz. No entanto, o processo de transição pode se arrastar, pois a CDU precisará negociar uma coalizão com outros partidos para garantir um governo estável. Enquanto isso, Scholz deve permanecer interinamente no cargo, mesmo após admitir uma “derrota histórica” para seu partido.
Essa derrota do SPD é ainda mais significativa ao olharmos para a história do partido, que teve seu pior desempenho desde sua fundação em 1875. A última vez em que a legenda havia obtido menos de 20% dos votos foi em 1933, época marcada pelo poder nazista. Agora, Scholz caminha para se tornar o líder de governo menos longevo desde a reunificação, em 1990, com pouco mais de três anos no cargo.
Sob a liderança de Scholz, o SPD chegou ao poder em 2021 após 16 anos de governo da ex-chanceler Angela Merkel. No entanto, seu governo enfrentou impopularidade e crises internas, que culminaram na ruptura da coalizão tripartidária. Com a convocação de novas eleições, Scholz optou por permanecer como candidato à reeleição, mas a estratégia não se mostrou eficaz, resultando na derrota histórica do partido.
Essa situação demonstra não apenas a fragilidade do governo Scholz, mas também os desafios enfrentados pela Alemanha, como a crise econômica e as disputas internas na coalizão. Com a economia estagnada e a necessidade de medidas urgentes, a formação de uma nova coalizão governamental se torna essencial para garantir a estabilidade do país. A Alemanha agora enfrenta um cenário político desafiador, com reflexos que podem se estender por anos.