Ossos queimados em sítio do namorado de estudante trans desaparecida não são humanos, diz polícia
Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, foi vista pela última vez em 12 de junho, em Ilha Solteira (SP). Amostras foram encaminhadas para análise de DNA no dia 16 de julho.
Caso Carmen: veja a cronologia do desaparecimento às buscas pelo corpo da jovem
O laudo da polícia atestou como “não humanos” os ossos queimados encontrados na propriedade do namorado da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, que está desaparecida há três meses, em Ilha Solteira (SP). A jovem foi vista pela última vez no dia 12 de julho.
As amostras foram encaminhadas para análise de DNA no dia 16 de julho. O resultado da perícia, no entanto, não soube apontar qual o animal em questão. A informação foi confirmada ao Delegado responsável pela investigação, Miguel Rocha, na terça-feira (23).
A Polícia Civil trata o caso como feminicídio, mas o corpo de Carmen não foi localizado. Marcos Yuri Amorim, namorado da jovem, e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos Oliveira, apontado pela investigação como amante dele, foram indiciados e estão presos preventivamente.
O delegado responsável pela investigação, Miguel Rocha, informou que Marcos e Roberto respondem por feminicídio, ocultação de cadáver, supressão de documento e fraude processual.
O policial militar ambiental da reserva também foi responsabilizado, conforme o delegado, por falso depoimento, uma vez que ele mudou a primeira versão do depoimento dele durante as investigações.
Carmen de Oliveira, estudante transexual, desapareceu após sair da faculdade em Ilha Solteira (SP) — Foto: Reprodução/Facebook
O delegado responsável pela conclusão do inquérito policial afirmou que a investigação apontou as seguintes motivações para o assassinato:
Carmen pressionou Yuri para que assumisse o relacionamento. Apesar de a família da vítima conhecer a relação, ela não era pública;
Carmen descobriu que ele cometia crimes, como furtos, e elaborou um dossiê no computador com provas, que foi deletado posteriormente;
Havia um triângulo amoroso: o policial da reserva preso ajudou Yuri no crime e mantinha uma relação com ele, segundo a polícia.
Conforme a mãe relatou à polícia, um dia antes do sumiço, em 11 de junho, por volta das 23h, a jovem saiu de casa com uma bicicleta elétrica de cor preta. A bicicleta dela não foi localizada. Familiares ainda afirmaram que Carmen nunca havia desaparecido antes.