Desaparecimento de jornalista e indigenista na Amazônia é marcado por contradições

O desaparecimento envolvendo o jornalista britânico Dom Phillips, de 57 anos, e o indigenista Bruno Araújo Pereira, de 47 anos, ainda segue rodeado de mistérios e afirmações não comprovadas, que seguem causando comoção e manifestações.

Destas vez, foi a vez da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) se pronunciar sobre o assunto, dizendo que a informação de que os corpos foram encontrados não procede. Na manhã desta segunda-feira (13), a Polícia Federal (PF) também informou que a notícia dada pelos familiares do jornalista não era verdade.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou, nesta segunda-feira, que vê indícios de que Dom Philips e Bruno Pereira que desapareceram há mais de uma semana na Amazônia foram submetidos “a alguma maldade”.

“Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontrados boiando no rio vísceras humanas que já estão em Brasília para fazer DNA. Pelo prazo, pelo tempo já temos hoje 8 dias, indo para o nono dia, que isso aconteceu. Vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça”, disse.

Manifestação

O presidente, inclusive, foi criticado pela Univaja durante uma manifestação realizada nesta segunda-feira, 13. Centenas de indígenas do Vale do Javari estão em marcha pelo município de Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas, para exigir justiça ao indigenista e o jornalista inglês.

Segurando faixas e cartazes, e entoando cantos, os povos originários cobram proteção do Estado à Terra Indígena ameaçada por invasores, e pedem um basta ao derramamento de sangue de defensores ambientais. A manifestação também fez oposição ao governo de Bolsonaro, criticado por afrouxar a fiscalização, a favor do invasores.

Esclarecimentos

A esposa de Bruno Pereira, Beatriz Matos, também se pronunciou nas redes sociais nesta segunda-feira – cobrando novos esclarecimentos sobre o paradeiro do indigenista após confirmar que foi informada pela PF que seu marido e o jornalista ainda não foram localizados. A informação citada por Beatriz corresponde à nota oficial divulgada pela corporação nesta manhã.

“A Polícia Federal tem o compromisso de passar as informações para a família primeiro e para a superintendência de Manaus, eles confirmaram para gente que nenhum corpo foi encontrado, conforme nota oficial. É necessário que se apure de onde o embaixador tirou essa informação”, afirmou.

Mais cedo, a família do repórter disse que foi comunicada pela embaixada do Brasil no Reino Unido sobre a suposta descoberta dos corpos no Amazonas, mas a informação foi negada pela PF e pela Univaja.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Jovem é baleada por PRF na BR-040, no RJ, na véspera de Natal

Na véspera de Natal, Juliana Leite Rangel, uma jovem de 26 anos, foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-040, em Caxias, na Baixada Fluminense. O incidente ocorreu quando ela se dirigia à casa de parentes em Itaipu, Niterói.

Segundo relatos de seu pai, que também estava no veículo, ele sinalizou para encostar, mas os agentes da PRF iniciaram os disparos e balearam Juliana na nuca.

“Falei para a minha filha: ‘Abaixa, abaixa’. Eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha. Eles já desceram do carro perguntando: ‘Porque você atirou no meu carro?’. Só que nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?”, disse Alexandre.

A vítima foi levada imediatamente ao Hospital Adão Pereira Nunes, sendo submetida a uma cirurgia. Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, seu estado de saúde é considerado gravíssimo. Além dela, o pai também foi baleado na mão esquerda, mas não teve fraturas e recebeu alta na mesma noite do crime.

Deyse Rangel, mãe da vítima, também estava no carro no momento do incidente junto com o outro filho. “A gente viu a polícia e até falou assim: ‘Vamos dar passagem para a polícia. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, começaram a mandar tiro em cima da gente. Foi muito tiro, foi muito tiro”, afirmou Deyse.

A PRF não se pronunciou sobre o caso.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp