Desaparecimento do filho em acidente aéreo: mãe aguarda respostas após 3 anos

Há três anos, a empresária Ana Regina Agostinho vive na incerteza do desaparecimento de seu filho, José Porfírio de Brito Júnior, que estava como copiloto do avião que caiu no mar em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, em 24 de novembro de 2021. Desde então, apenas o corpo do piloto Gustavo Carneiro foi encontrado, enquanto José e o empresário Sérgio Alves Dia Filho continuam desaparecidos, assim como a fuselagem da aeronave.

Ana Regina expressa sua esperança de um desfecho sobre o paradeiro de seu filho, mesmo após três anos de angústia. Ela cobra das autoridades, como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), uma maior atenção para o caso do acidente. A mãe enfatiza a falta de respostas e a omissão das autoridades diante da situação.

A busca por informações sobre o acidente envolvendo seu filho tornou-se um desafio para Ana Regina, que chegou a iniciar um curso de mergulho para tentar encontrar alguma pista sobre José. No entanto, a falta de condições físicas a impediu de prosseguir. Ela deposita sua esperança na liberação da pesca na região do mar onde o avião caiu, contando com a ajuda dos caiçaras locais para obter mais informações.

O desamparo e a falta de amparo das autoridades foram ressaltados por Ana Regina, que lamenta o descaso com os acidentes no mar, evidenciado pela não devolução da poltrona da aeronave retirada do mar. Apesar das adversidades, a mãe mantém sua fé e aguarda por respostas que possam esclarecer o caso do desaparecimento de seu filho.

O Cenipa afirmou que a investigação do acidente está em andamento e que a divulgação do relatório final será feita assim que a conclusão das investigações for alcançada. As buscas feitas por amigos, celebridades e autoridades em 2021 não foram suficientes para localizar os desaparecidos, o que resultou na suspensão das operações de busca após a completa verificação da área do acidente.

Em meio à dor e à incerteza, Ana Regina segue com seu coração de mãe cheio de esperança, aguardando por um desfecho que traga algum alívio para a dor que carrega há três longos anos. A busca incessante por respostas e a luta por justiça continuam a nortear seus passos em meio à angústia causada pelo desaparecimento de seu filho.

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Campinas: História da Escravidão e Desafios na Construção de uma Sociedade Inclusiva

Campinas, uma cidade histórica do interior de São Paulo, teve um passado marcado pela escravidão. Em 1872, de acordo com o 1º Censo do Brasil, quatro em cada 10 moradores de Campinas eram escravizados. Como um dos principais centros econômicos do país à época, a cidade contava com o maior número de escravizados da província de São Paulo, enfrentando estigmas do racismo estrutural e cultural que ainda perduram.

A pesquisa oficial populacional realizada em 1822, 50 anos após a independência do Brasil, revelou uma população de quase 10 milhões de habitantes, sendo 15,2% deles escravizados. Na cidade de Campinas, a porcentagem era ainda maior, com 43,6% da sua população de 31.397 moradores composta por homens e mulheres escravizados. Esse período deixou marcas que reverberam até os dias atuais, contribuindo para a existência do racismo estrutural e cultural na sociedade.

Para compreender os impactos desse passado escravocrata, pesquisadores como Maísa Faleiros da Cunha, Matheus Gato e Edna Almeida Lourenço foram entrevistados pela EPTV, afiliada da Rede Globo. Eles ressaltaram a importância de compreender o legado da escravidão, que perpetuou estigmas e desafios para a população negra, mesmo após a abolição, destacando a exclusão social e o preconceito enfrentados pelas pessoas livres que eram marginalizadas.

Em 1872, Campinas contava com 156.612 escravizados, representando 18,7% da população total da província de São Paulo. Nenhum outro lugar da província tinha tantos escravizados quanto a metrópole campineira. Dividida em duas freguesias, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Carmo e Santa Cruz, a cidade apresentava um cenário onde até entre a população livre, a negritude sofria com marginalização.

Após a abolição da escravatura em 1888, os desafios enfrentados pela população negra se intensificaram, com a ausência de políticas de inserção e a manutenção de barreiras sociais e econômicas. A professora de história Edna Almeida destaca a dificuldade enfrentada pelos libertos no dia seguinte à abolição, apontando a falta de moradia, educação e alimentação como problemas estruturais que persistem até hoje.

O legado da escravidão em Campinas e no Brasil é um tema que deve ser debatido e compreendido, não apenas como parte da história, mas como um reflexo do presente. A abolição não significou a libertação plena e igualdade de oportunidades para a população negra, mas sim a continuidade de desafios estruturais que precisam ser enfrentados e superados para construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

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