Um curso on-line oferecido por um especialista que ensinava técnicas para desbloquear celulares roubados chamou a atenção das autoridades policiais após a prisão de Allan Gonsalves, de 30 anos, na Baixada Fluminense. A investigação revelou que o acusado prestou consultoria para criminosos de 11 estados, além de vender cursos em que ensinava remotamente o desbloqueio de aparelhos celulares. A operação policial, denominada Rastreio, resultou na prisão de 32 pessoas suspeitas de participar do esquema em todo o país, além da apreensão de cerca de 2.500 celulares.
Durante a operação, foram cumpridos 132 mandados judiciais em diversos estados brasileiros, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia e Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, essa foi a maior ação já realizada contra o roubo, furto e receptação de celulares no país. Os alvos da operação eram os “alunos” e clientes de Allan, que participavam do curso on-line ou forneciam dados de aparelhos roubados para que o desbloqueio fosse realizado de forma remota.
O foco da investigação estava nos receptadores, que compunham a cadeia criminosa responsável por reintroduzir os aparelhos roubados no mercado clandestino. Antes da revenda dos celulares, o grupo tentava acessar informações sensíveis dos proprietários, como dados bancários, para realizar fraudes financeiras. O governador Cláudio Castro ressaltou que o roubo e furto de celulares geram insegurança na população, pois muitas pessoas utilizam o dispositivo como principal meio de armazenamento de informações e comunicação.
Em uma ação contínua de combate aos crimes de roubo e furto de celulares, a polícia identificou rotas de escoamento dos aparelhos roubados para diversos estados. Além disso, foram identificadas favelas que serviam de refúgio para quadrilhas envolvidas nesses delitos, como o Complexo da Maré. Allan Gonsalves, o especialista responsável pelo desbloqueio remoto dos aparelhos, utilizava programas estrangeiros da Índia e de Bangladesh para realizar o processo em apenas 40 segundos, além de oferecer cursos on-line por R$ 300.
É importante destacar que a receptação de celulares roubados é um crime que pode levar à prisão, com pena de um a quatro anos. A Polícia Civil do Rio de Janeiro está empenhada em devolver os aparelhos recuperados aos seus legítimos proprietários, visando combater efetivamente a atuação dessas quadrilhas criminosas. A população também é orientada a verificar a procedência dos celulares usados antes da compra, a fim de evitar a aquisição de dispositivos fruto de crimes.
Com a realização da Operação Rastreio e a identificação de redes de receptação de celulares roubados, a polícia busca desarticular essas organizações criminosas e prevenir a atuação de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. A segurança e a tranquilidade da população são prioridades das autoridades, que continuam trabalhando para coibir a prática de roubo e furto de celulares, bem como a receptação desses dispositivos no mercado clandestino.
