Descoberta do fóssil que deu origem ao Museu de Paleontologia de Monte Alto, São Paulo, completa 40 anos. O fêmur de um Titanossauro do Campestre foi encontrado por Elvira Franciosi em abril de 1985, enquanto ela pastorava gado em uma área próxima ao sítio da família. A descoberta inicial levou a escavações que revelaram mais 30 fósseis no local, marcando o início de uma importante jornada na paleontologia da região.
Elvira Aparecida Franciosi, então estudante de História e Geografia, fez a descoberta que colocaria Monte Alto no cenário mundial da paleontologia. Enquanto pastoreava o gado, algo entre as rochas chamou sua atenção, revelando o fóssil do dinossauro que mais tarde originaria o Museu de Paleontologia de Monte Alto, um dos mais relevantes da América Latina.
A rocha onde o fóssil foi encontrado ficava em uma valeta formada pela erosão do solo, local que posteriormente foi coberto pelo asfalto. Mesmo assim, Elvira consegue identificar o ponto exato, marcado por uma mancha ao lado da sinalização de solo ‘Pare’. A região, que deu origem ao bairro residencial Jardim Paulista, tornou-se conhecida como Estrada do Campestre.
Após a descoberta inicial, equipes de escavação encontraram mais 30 fósseis no mesmo local, todos pertencentes ao Titanossauro do Campestre, uma espécie herbívora que habitou a região de Monte Alto entre 70 e 83 milhões de anos atrás. A persistência e dedicação dos pesquisadores ao longo de anos resultaram em uma coleção valiosa para a ciência paleontológica.
Elvira Franciosi, aos 62 anos, relembra o dia da descoberta do fóssil e da importância de reconhecer que não se tratava de um osso de boi comum. Após relatar a descoberta ao professor da faculdade, foi o pai de Elvira que chamou a atenção do paleontólogo Antônio Celso de Arruda Campos, responsável pela escavação e início do Museu de Paleontologia de Monte Alto.
Desde sua criação em 1992, o Museu abriga uma coleção rica que atrai pesquisadores e o público em geral. Antônio Celso, cujo esforço político foi fundamental para a construção do espaço, faleceu em 2015, mas seu legado na paleontologia continua vivo. A região de Monte Alto tornou-se uma referência nacional e internacional devido ao acervo único de espécies pré-históricas.
Atualmente, pesquisadores estão trabalhando na descrição dos fósseis encontrados em 1985 na Estrada do Campestre, buscando identificar possíveis novas espécies e contribuir para a ciência paleontológica. A colaboração entre diferentes instituições de pesquisa promete trazer novas descobertas e, possivelmente, a afirmação de uma nova espécie de Titanossauro do Campestre, enriquecendo ainda mais o legado do Museu de Paleontologia de Monte Alto. Todo esse trabalho reforça a importância do museu não apenas para a pesquisa, mas também para a divulgação científica e a popularização da paleontologia.