Entenda como funcionava o esquema que movimentou R$ 6 bilhões do tráfico no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma aliança estratégica e logística foi desvendada entre as facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, resultando na prisão de Tiago Ferreira dos Santos durante uma operação em São Paulo. Este indivíduo era um dos responsáveis por um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que envolvia as duas organizações criminosas.
O modus operandi do esquema de lavagem de dinheiro era complexo e bem estruturado, de acordo com as investigações da Polícia Civil. Empresas de fachada em dois estados foram utilizadas, juntamente com um banco digital e um homem preso em São Paulo, para ocultar a origem ilícita de grandes quantias de capital. A lavagem de dinheiro envolvia técnicas de movimentação para distanciar o dinheiro de sua origem, através de repetidas transações até alcançar o destino desejado.
Segundo a polícia, o esquema de lavagem de dinheiro movimentou cerca de R$ 6 bilhões em um ano. A prática envolvia depósitos de dinheiro provenientes da venda de drogas em agências da Zona Sul e da Barra da Tijuca. Os valores depositados em espécie variavam de R$ 150 mil a R$ 750 mil, utilizando notas de baixo valor. O destino final do dinheiro era uma perfumaria em São Paulo, utilizada como fachada para operações ilícitas.
Diversas empresas eram utilizadas para pulverizar os recursos, incluindo floriculturas, empresas de transporte e uma plataforma contábil. O dinheiro era então direcionado para um banco digital, cujo sócio oculto era ligado a um dos chefes do PCC. Parte dos recursos retornava como lucro para o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, enquanto outra parte era investida na compra de drogas e armas para fortalecer a facção.
O esquema contava com a atuação de “mulas financeiras”, pessoas sem passagens pela polícia responsáveis por fazer os depósitos em empresas suspeitas. Uma investigação identificou a sócia da Ônix Perfumes como uma “laranja” do esquema, recebendo auxílio emergencial. O esquema utilizava uma rede de empresas de diferentes setores e locais para fracionar os depósitos e dificultar o rastreamento do dinheiro.
A polícia prendeu Tiago Ferreira dos Santos em São Paulo, apontado como o elo entre o PCC e o Comando Vermelho. Ele era um dos responsáveis pelo esquema de lavagem de dinheiro que envolvia as duas facções. O esquema já funcionava há anos em São Paulo, operado pelo PCC, e agora o Comando Vermelho foi incorporado nos negócios ilegais. A Operação Contenção foi realizada para desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa.