O DE é um dos eventos mais aguardados da indústria do cinema e a movimentação em torno das indicações e discursos dos vencedores sempre gera grande interesse do público. Neste ano, em destaque está o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que concorre em diversas categorias, incluindo Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, pela atuação de Fernanda Torres. A expectativa é alta para ver se a produção nacional conseguirá conquistar alguma estatueta.
A história do DE é marcada por uma predominância de produções hollywoodianas como grandes vencedoras. Somente a partir de 1956 é que a Academia começou a reconhecer filmes estrangeiros, com a primeira vitória honrosa para o longa “Samurai: O Guerreiro Dominante”. Posteriormente, em 1957, foi criada a categoria específica para produções internacionais, inicialmente denominada Melhor Filme em Língua Estrangeira e depois alterada para Melhor Filme Internacional em 2020, visando uma representação mais inclusiva do cinema global.
Em relação às participações latino-americanas no DE, os números revelam um cenário de baixa representatividade. Nas 68 edições da premiação, apenas 29 filmes da região foram indicados, o que corresponde a 8,43% do total de indicações. Quando se trata de vitórias, a situação é ainda mais restrita, com apenas 4,41% dos prêmios de Melhor Filme Internacional destinados a produções latino-americanas.
Dentre os países mais indicados nessa categoria, a predominância europeia é evidente, com oito nações representadas. A França desponta como líder, acumulando 39 indicações, seguida pelo México na posição mais alta da América Latina, com nove indicações e uma vitória em 2019 por “Roma”. O filme dirigido por Alfonso Cuarón foi o quarto latino-americano a conquistar o prêmio, seguido por produções como “Ainda Estou Aqui”.
A última indicação da região havia sido em 2023, com o filme argentino “Argentina, 1985”, antes da representatividade atual de “Ainda Estou Aqui”, que aborda temáticas relevantes da Ditadura Militar tanto no Brasil quanto em países vizinhos. O DE continua a ser um reflexo da diversidade e desigualdade de representação no cenário cinematográfico internacional, mas também abre espaço para vozes e culturas que buscam visibilidade e reconhecimento.
A 97ª cerimônia do DE está prestes a ocorrer e a cobertura do evento é aguardada com entusiasmo pela audiência, que deseja saber os vencedores de cada categoria e conferir os discursos emocionantes dos premiados. A transmissão ao vivo do DE garantirá que o público brasileiro não perca nenhum momento desta celebração do cinema mundial. A expectativa em torno de “Ainda Estou Aqui” e outros concorrentes só aumenta à medida que a premiação se aproxima, prometendo uma noite memorável para a sétima arte.