Entenda por que o governo está derrubando milhares de árvores em parque do RS
(spoiler: é por um bom motivo)
Projeto ambiental já retirou 13 mil árvores exóticas do Parque de Itapuã, unidade de conservação em Viamão (RS). A meta é restaurar o equilíbrio ecológico até 2027.
O que pode parecer apenas desmatamento é, na verdade, uma ação de preservação da flora: pesquisadores estão removendo milhares de árvores da espécie Pinus do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A ação faz parte de um projeto de restauração ecológica que busca proteger a biodiversidade da unidade de conservação, considerada uma das mais importantes do Rio Grande do Sul.
Isso porque o pinus, também conhecido como pinheiro, é considerado uma espécie invasora, que pode prejudicar o desenvolvimento de outras árvores, inclusive as que fazem parte da flora nativa.
A iniciativa é coordenada pela Universidade La Salle em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. O projeto “Nosso Itapuã” já retirou cerca de 13 mil árvores invasoras e prevê o replantio de espécies nativas. O custo, de aproximadamente R$ 2,5 milhões, é financiado por uma empresa que precisava compensar o corte de vegetação.
Com 5,5 mil hectares — área equivalente à cidade de São Leopoldo — o parque abriga rica biodiversidade e presta serviços ambientais essenciais, como a regulação do microclima e a captação de gás carbônico. O Pinus, também conhecido como pinheiro, foi introduzido no Brasil para o cultivo de celulose, mas se espalhou rapidamente, prejudicando outras espécies.
O Pinus, também conhecido como pinheiro, foi introduzido no Brasil para o cultivo de celulose. No Parque de Itapuã, a espécie se espalhou rapidamente, formando grandes áreas dominadas por suas folhas, que criam uma camada no solo e impedem a entrada de luz e a germinação de outras plantas.
O Pinus elliottii é uma espécie exótica invasora. Ele cresce rápido e não tem predadores naturais aqui, o que dificulta o controle, diz Rafael Borges, coordenador técnico do projeto.
As árvores maiores são derrubadas com equipamentos, enquanto as menores são arrancadas manualmente com facões, em uma técnica chamada “arranquio”. O projeto atua em duas áreas do parque, somando cerca de 113 hectares.
Iniciamos em fevereiro. É um projeto de 36 meses, com estratégia continuada para enfrentar esse problema ambiental, explica Maurício Pereira Almeirão, coordenador do projeto.
Além da remoção do Pinus, o projeto promove educação ambiental, cria viveiros de espécies nativas e envolve escolas e moradores do entorno. A ação é vista como uma reparação histórica por ambientalistas.
É uma maravilha que contribui para o ar da capital e o microclima da região, afirma Heverton Lacerda, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan).




