O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto recebeu mais de R$ 125 mil como salário de novembro, de acordo com o Portal da Transparência da Justiça Federal. Segundo o blog do jornalista Octavio Guedes, a Polícia Federal possui indícios de que Judice teria colaborado com o vazamento de informações contra um indivíduo sob investigação. A PF alega que o desembargador estava em um restaurante com o então presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, quando este ligou para avisar o indivíduo da operação. Já o blog da jornalista Camila Bomfim revela que não é a primeira vez que Macário enfrenta problemas judiciais. Em 2005, ele foi alvo de um processo criminal por suspeita de participação em um esquema de fraudes em sentenças judiciais, sendo afastado do cargo na época. Mais recentemente, o tribunal decretou sua aposentadoria compulsória devido a acusações de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis no Espírito Santo, decisão que foi posteriormente anulada pelo CNJ. A aposentadoria compulsória é a pena máxima para juízes, que seguem recebendo proventos ajustados ao tempo de serviço mesmo afastados. No caso de Macário, a decisão de aposentar compulsoriamente exigia o voto favorável de 14 dos 27 desembargadores do TRF-2, porém apenas 10 votaram a favor e 8 foram contra, faltando quórum suficiente. O advogado de Judice alega que a prisão foi determinada sem a defesa ter acesso à decisão, o que compromete seu direito ao contraditório e à ampla defesa.