Desemprego cai para 6,4% no trimestre até setembro, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,4% no trimestre terminado em setembro, de acordo com a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 31. Essa é a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, superada apenas pelo trimestre encerrado em dezembro de 2013, quando a taxa foi de 6,3%.
 
A redução foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, que terminou em junho com uma taxa de 6,9%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,7% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).
 
Em números absolutos, 7 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contigente desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. Isso representa um recuo de 7,2% em relação ao trimestre anterior e de 15,8% na comparação com 2023.
 
Por outro lado, os ocupados somam 103 milhões, um novo recorde da série histórica. Esse número cresceu 1,2% no trimestre e 3,2% no ano. Com isso, 58,4% das pessoas em idade de trabalhar no Brasil estão empregadas, o maior nível de ocupação para um trimestre encerrado em setembro.
 
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o crescimento contínuo da população ocupada pode ser explicado pela expansão de diversas atividades econômicas, principalmente a partir do segundo semestre de 2022, impulsionadas pelo aumento do consumo das famílias. “Se antes, no imediato pós-pandemia, a recuperação foi muito setorizada nas atividades de indústria e alguns serviços operacionais, para posteriormente ser extrapolado para outras atividades, como comércio e, por último, os serviços presenciais, hoje a gente tem um processo de expansão que envolve diversas atividades econômicas,” explica.
 
O IBGE classifica como desocupadas as pessoas sem trabalho que estão procurando emprego. A soma desse grupo com o dos empregados totaliza a população dentro da força de trabalho no Brasil, que ficou em 110 milhões no trimestre terminado em setembro. Estão fora da força de trabalho 66,4 milhões de brasileiros, pessoas de 14 anos ou mais desempregadas, mas que não estão em busca de serviço ou disponíveis para trabalhar.
 
A PNAD também calcula que o Brasil tem 18,2 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que poderiam estar trabalhando, mas estão desocupadas, subocupadas (não trabalham todas as horas que poderiam) ou fora da força de trabalho potencial. Esse contingente recuou 4,4% em relação ao trimestre anterior e 9,8% na comparação com o ano passado.
 
A população desalentada, composta por pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, mas não procuraram emprego por acharem que não encontrariam, ficou em 3,1 milhões, representando uma estabilidade no trimestre e um recuo de 11,3% no ano.
 

Emprego Formal e Informal

 
O número de trabalhadores com e sem carteira assinada no setor privado cresceu 5,3% em relação ao ano passado e chegou a 53,3 milhões, um novo recorde da série iniciada em 2012. Entre os empregados com carteira assinada, o número absoluto de profissionais chegou a 39 milhões, um aumento de 1,5% ou 582 mil pessoas, contra o trimestre anterior. No comparativo com 2023, o ganho é de 4,3%, o que equivale a 1,6 milhão de trabalhadores a mais.
 
Já os empregados sem carteira são 14,3 milhões. A alta para o trimestre foi de 3,9%, com mais 540 mil trabalhadores no grupo. Em relação ao ano passado, houve aumento de 8,1%, ou de 1,1 milhão de pessoas.
 
A taxa de informalidade ficou em 38,8% da população ocupada, ou 40 milhões de trabalhadores. No trimestre anterior, o percentual era de 38,6% e, no mesmo período de 2023, de 39,1%.
 

Rendimento dos Trabalhadores

 
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.227 por mês no trimestre terminado em setembro, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. Esse valor ficou estável frente ao trimestre anterior, quando era de R$ 3.239. No comparativo do ano, houve aumento de 3,7%.
 
A massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 327,7 bilhões. Ela também apresentou estabilidade na comparação trimestral e cresceu 7,2% na anual.
 

Dados Estatísticos

  • Taxa de desocupação: 6,4%
  • População desocupada: 7 milhões de pessoas
  • População ocupada: 103 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,4 milhões
  • População desalentada: 3,1 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 14,3 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões
  • Empregadores: 4,3 milhões
  • Trabalhadores informais: 40 milhões
  • Taxa de informalidade: 38,8%

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PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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