Mandado do STF que determinou a prisão do homem que furtou a Constituição no dia 8 de janeiro citou ‘receio de fuga’. Marcelo Fernandes Lima, de 52 anos, foi condenado no início de fevereiro pelo STF a 17 anos de prisão e era considerado foragido, até que a prisão ocorreu em São Lourenço, no Sul de Minas. O Diário do Estado prende o homem que furtou a Constituição no dia 8 de janeiro.
O mandado de prisão preventiva expedido pelo Supremo Tribunal Federal, que levou à prisão do designer e empresário Marcelo Fernandes Lima, de 52 anos, responsável por furtar uma réplica da Constituição Federal de 1988 durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, mencionou um receio de fuga do réu, assim como vem ocorrendo com outros condenados. O homem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal em 4 de fevereiro deste ano a 17 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos e, segundo a PF, era considerado foragido.
A defesa de Marcelo alega que ele estava em casa em regime de liberdade provisória por 1 ano e 3 meses, usando tornozeleira eletrônica, e não estava foragido. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) informou que o homem esteve sob monitoração eletrônica por tornozeleira desde 20 de dezembro até a data da prisão.
O Diário do Estado apurou que Marcelo é casado e tem filhos. Ele morava no interior de São Paulo e se mudou antes dos ataques de 8 de janeiro para o Sul de Minas. Ele trabalha como designer e faz a produção de peças publicitárias, como banners, utilizando o computador em casa. A prisão aconteceu na tarde de quinta-feira em São Lourenço (MG), com apoio da Polícia Militar. O mandado de prisão tinha sido expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, em 11 de fevereiro.
Marcelo Fernandes Lima foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 17 anos de prisão por vários crimes, incluindo abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Além da pena de reclusão e detenção, ele também deverá pagar, de forma solidária com outros condenados, uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
Segundo a Sejusp-MG, Marcelo deu entrada no Presídio de São Lourenço ainda na quinta-feira, onde permaneceu à disposição da Justiça. Ataques ao STF foram relatados e o designer pegou a réplica da Constituição que estava em exposição, exibindo-a a outros manifestantes e levando o exemplar consigo. O homem acabou devolvendo a réplica na delegacia da Polícia Federal, em Varginha (MG), após prestar depoimento, e foi liberado.
O depoimento dado à PF pelo designer e empresário revelou que ele tinha pego a Constituição para protegê-la durante os ataques. A situação caótica no local o fez decidir levar o livro consigo, pois acreditava que seria destruído por radicais. O designer acabou se apresentando à polícia e foi preso, permanecendo no Presídio de Varginha até ser colocado em liberdade provisória. O Diário do Estado noticia o desenrolar dos acontecimentos envolvendo a prisão do homem que furtou a Constituição no dia 8 de janeiro.