Desigualdade racial no ensino básico: estudo aponta disparidades e aprofundamento pós-pandemia

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A desigualdade racial ainda é uma questão marcante no ensino básico, conforme aponta um estudo divulgado pela ONG Todos Pela Educação e o Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) nesta segunda-feira (28), Dia Mundial da Educação.

Os novos dados apresentados permitem traçar um panorama da aprendizagem na educação básica no Brasil, evidenciando que a aprendizagem não retornou aos níveis anteriores à pandemia. Além disso, as desigualdades educacionais, já presentes em 2019, se aprofundaram, especialmente no que diz respeito às questões étnico-raciais, onde as disparidades de aprendizagem entre estudantes pretos, pardos e indígenas, em comparação com estudantes brancos e amarelos, aumentaram entre 2013 e 2023.

O estudo “Aprendizagem na educação básica: situação brasileira no pós-pandemia” baseia-se nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que analisa o desempenho de alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio em língua portuguesa e matemática, matriculados na rede pública.

Embora haja avanços no aumento do percentual de estudantes com níveis de aprendizagem adequados, as desigualdades educacionais persistem e, em muitos casos, se intensificaram, conforme já denotavam os dados anteriores à pandemia.

As diferenças mais acentuadas em relação às questões raciais se evidenciam no 9º ano, onde a defasagem entre os grupos é mais significativa. Em matemática, essa diferença entre os dois grupos cresceu ao longo dos anos. No 5º ano, a desigualdade também se mantém, com a defasagem aumentando em matemática e língua portuguesa.

No ensino médio, a desigualdade racial na aprendizagem também se intensificou, especialmente em língua portuguesa. O diretor de políticas públicas do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, destaca a urgência de ações focadas na superação dessas defasagens, enfatizando a importância de olhar para a equidade e reduzir as enormes diferenças de aprendizagem entre estudantes de diferentes grupos raciais e socioeconômicos.

Em um contexto em que a pandemia intensificou as dificuldades na aprendizagem, torna-se essencial que o poder público desenvolva estratégias eficazes para garantir uma educação mais equitativa e inclusiva, garantindo que todos os estudantes possam alcançar níveis adequados de aprendizagem.

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