O motivo da desistência dos depoimentos não foi detalhado pela defesa de Bolsonaro, mas a medida pode estar relacionada à estratégia jurídica adotada pelo ex-presidente em relação ao inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga a suposta interferência indevida na Polícia Federal. A decisão de não ouvir as testemunhas indica uma mudança na estratégia de defesa de Bolsonaro, que vinha se mostrando agressiva nos últimos meses.
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e um dos depoentes dos quais Bolsonaro desistiu, foi um dos principais alvos do inquérito do Supremo Tribunal Federal. Sua gestão à frente do Ministério da Saúde foi marcada por polêmicas e questionamentos sobre a condução da pandemia de Covid-19 no Brasil. A desistência de ouvir Pazuello pode indicar uma tentativa de não reavivar essas polêmicas durante o processo.
Outra testemunha da qual Bolsonaro desistiu foi Gilson Machado, ex-ministro do Turismo. Sua presença como depoente poderia trazer à tona questões relacionadas às investigações sobre supostos desvios de verbas públicas na pasta durante sua gestão. A decisão de retirá-lo da lista de testemunhas indica uma estratégia de evitar exposição a temas sensíveis para a defesa de Bolsonaro.
Amauri Feres Saad, advogado indicado como testemunha pela defesa de Bolsonaro, também foi retirado da lista. Sua participação nos depoimentos poderia trazer elementos jurídicos importantes para a defesa do ex-presidente, mas a desistência de ouvi-lo indica uma mudança de planos por parte da equipe jurídica de Bolsonaro. A estratégia de defesa parece estar sendo reavaliada e ajustada conforme a evolução do processo.
Por fim, Ricardo Peixoto Camarinha, médico que acompanhou a saúde do ex-presidente, foi mais uma testemunha da qual Bolsonaro desistiu. Sua presença nas oitivas poderia trazer informações relevantes sobre o estado de saúde de Bolsonaro durante o período investigado, mas a decisão de não ouvi-lo indica uma mudança de foco por parte da defesa. A estratégia de Bolsonaro parece estar sendo recalibrada para enfrentar as próximas etapas do inquérito com mais eficiência.
A desistência dos depoimentos das quatro testemunhas indicadas pela defesa de Bolsonaro é um movimento estratégico que pode ter reflexos significativos no desenrolar do inquérito do Supremo Tribunal Federal. A mudança nos planos da defesa sugere uma reavaliação da estratégia adotada até o momento e pode indicar uma nova abordagem para enfrentar as acusações que pesam sobre o ex-presidente. O desfecho do inquérito permanece incerto, mas a desistência das testemunhas mostra que Bolsonaro e sua equipe jurídica estão dispostos a adaptar sua estratégia conforme necessário para garantir a melhor defesa possível no processo em curso.