A Defesa Civil já sabia do risco. Isso poderia ter sido evitado’ diz parente de cinco vítimas do deslizamento em Ipatinga
Maria Aparecida da Silva Lopes enfrentou uma tragédia devastadora ao perder a mãe, duas irmãs, a cunhada e a sobrinha de apenas 8 anos em um deslizamento de terra que ocorreu no bairro Bethânia. A dor da perda e a revolta diante da falta de providências são sentimentos que permeiam a narrativa dessa família que viu sua vida ser abalada por um acontecimento trágico.
A madrugada de domingo trouxe consigo um desastre provocado pelas fortes chuvas que assolaram a região do Vale do Aço, no Leste de Minas Gerais, resultando no deslizamento de terra que atingiu a residência onde sete pessoas se encontravam, deixando apenas dois adolescentes com vida. Entre as vítimas, estavam a mãe, duas irmãs, a cunhada e a sobrinha de Maria Aparecida da Silva Lopes, que carrega consigo a dor de uma perda irreparável.
Em meio ao caos e à devastação, Maria Aparecida expressa sua indignação, questionando a inação dos responsáveis diante do risco já conhecido. Com um misto de tristeza e revolta, ela declara: “A Defesa Civil já sabia do risco, mediram o terreno e prometeram fazer um muro de arrimo. Nada foi feito. Agora, são cinco mortes. Isso poderia ter sido evitado”. As palavras da catástrofe ecoam na voz daqueles que sofreram suas consequências.
No momento do deslizamento, Maria Aparecida não estava presente em sua residência. Foi informada do ocorrido por seu irmão, que presenciou a tragédia às 2 horas da manhã. Diante da dor da perda, ela reflete sobre os desígnios superiores que regem a vida: “Minha filha me chamou para sair com ela ontem, eu falei que não queria ir, mas Deus, né? Deus sabe de todas as coisas. […] Eu fiquei sabendo através do meu irmão o que tinha acontecido, só que já não havia mais nada a fazer.”
O registro oficial aponta nove mortes por soterramento em Ipatinga e uma morte em Santana do Paraíso, além de uma pessoa desaparecida. A devastação causada pelas fortes chuvas deixaram um rastro de destruição por toda região afetada. Comerciantes no bairro Canaã lutam para lidar com as consequências do temporal, enquanto imagens revelam a extensão dos danos em locais como Bairro Bom Jardim e Bairro Águas Claras.
O momento é de solidariedade e mobilização em busca de apoio para as vítimas e famílias afetadas pelo desastre natural. A comoção diante da tragédia ecoa por toda a região, reforçando a importância da prevenção e do amparo às comunidades atingidas. A cidade de Ipatinga e seus moradores enfrentam um período de luto e reconstrução, contando com a união e a solidariedade de todos para superar esse momento de dor e desolação.
A atenção às áreas de risco, o investimento em medidas preventivas e o suporte às famílias afetadas são aspectos cruciais para evitar novas tragédias e promover a segurança e o bem-estar das comunidades. O relato de Maria Aparecida da Silva Lopes é um alerta para a importância da ação efetiva diante dos alertas da natureza, evitando que vidas sejam perdidas e famílias sejam despedaçadas pela negligência e pela falta de cuidado com o próximo.