Desmatamento no Cerrado destruiu quase 500 mil hectares no primeiro semestre

Desmatamento no Cerrado destruiu quase 500 mil hectares no primeiro semestre de 2023

No primeiro semestre de 2023, o desmatamento no Cerrado destruiu 491 mil hectares, um aumento de 28% se comparado ao mesmo período de 2022. O levantamento é do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), mantido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPMA).

O aumento mais expressivo aconteceu do mês de abril, com 68.825 hectares, para o mês de maio, quando houve um salto de mais de 118 mil hectares de áreas desmatadas. No mês de abril, o desmatamento do bioma ultrapassou 69 mil hectares, atingindo uma área de terra equivalente ao dobro do tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

No último mês de junho, essa área aumentou para 126 mil hectares de vegetação nativa desmatada, 20,6% do que foi registrado no mesmo mês em 2022. A maior concentração de desmatamento do Cerrado acontece na região Matopiba, uma fronteira agrícola no bioma, composta pelos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins. São 74,7% de toda área desmatada no Cerrado só no Matopiba, o que representa mais de 360 mil hectares.

Ainda de acordo com os dados do SAD Cerrado, a maior parte destruída é registrada em áreas privadas, que concentram 48% da destruição da mata nativa do bioma no primeiro semestre de 2023, totalizando em mais de 190 mil hectares.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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