A decisão da Justiça de SP determinou o despejo da Eataly Brasil do prédio localizado no Itaim Bibi, após a Caoa Patrimonial, proprietária do imóvel, entrar com um pedido de despejo devido ao atraso no pagamento de aluguéis e outras obrigações. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) considerou que não há impedimentos para a retomada do edifício, ressaltando que a empresa responsável afirmou que todas as marcas continuariam operando e entregando os produtos exclusivos durante o processo de recuperação.
O prédio da Eataly, localizado na Avenida Juscelino Kubitschek, no Itaim Bibi, Zona Sul da capital paulista, pertence à Caoa Patrimonial, que moveu a ação devido ao atraso em pagamentos de aluguéis e IPTU. A decisão judicial pelo despejo ocorreu de forma coercitiva, com a ordem de desocupação expedida pelo juiz Marcos Duque Gadelho Júnior, da 23ª Vara Cível, determinando a saída imediata da empresa que enfrenta um processo de recuperação judicial.
O despejo foi determinado pelos desembargadores do TJ-SP após julgamento de um agravo de instrumento em favor do proprietário do imóvel, estabelecendo a desocupação imediata do prédio sede da Eataly Brasil. A empresa já havia sido intimada a deixar o local duas vezes, sendo a última em dezembro do ano passado, o que levou à decisão de despejo sem entraves jurídicos, administrativos ou materiais.
A empresa recorreu da decisão, resultando em um processo arrastado devido ao recesso judiciário. Apesar da complexidade do caso, a relatora do processo ressaltou que a situação não deveria impedir a execução imediata do despejo, uma vez que a locatária foi alertada sobre os riscos. A Caoa Patrimonial iniciou o pedido de despejo em março do ano passado, alegando falta de pagamento de aluguéis e outras obrigações.
Em dezembro de 2021, a Eataly entrou com um pedido de recuperação judicial, solicitando a suspensão da ordem de despejo devido à importância do imóvel para sua operação e reestruturação. No entanto, a liminar favorável foi revogada, impactando os planos da empresa de manter a operação normal em São Paulo. A dívida registrada pela empresa é de R$ 1,8 bilhão, com um histórico de repasses de franquias e mudanças de controle acionário.
Diante do cenário econômico adverso, a SouthRock, controladora da Eataly, entrou com um pedido de Recuperação Judicial visando garantir a continuidade de suas atividades, preservando empregos, a produção de bens e o recolhimento de tributos. A empresa reiterou que todas as marcas seguiriam operando e entregando os produtos exclusivos durante o processo de recuperação, comprometendo-se a colaborar com parceiros comerciais para manter e expandir suas marcas no Brasil.