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Detentas de Barro Alto participam de votação e medida deve ser ampliada em 2024

Última atualização 11/10/2022 | 14:28

No último dia 2 de outubro, detentas da Unidade Prisional Regional Feminina de Barro Alto, na região central de Goiás, puderam votar no primeiro turno das Eleições 2022. Foi a primeira vez que a ação envolvendo um presídio feminino aconteceu no estado, contando com a presença de 20 mulheres, além dos agentes penitenciários. Nas Eleições 2024, a medida deve se estender para outras unidades.

Balanço e medidas em Barro Alto

Em contato com a assessoria da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o DE recebeu a informação de que a votação transcorreu normalmente na unidade prisional. As detentas foram retiradas das celas pelos servidores penitenciários e levadas até o local de votação. Ao chegarem, as algemas foram retiradas para que elas pudessem assinar o livro e votarem com mais liberdade.

A juíza eleitoral de Barro Alto, Ana Paula, conta que, inicialmente, a ideia era colocar duas mesárias na unidade prisional. No entanto, uma das mulheres acabou se machucando um dia antes, o que impediu essa medida. De qualquer forma, foi uma votação muito tranquila.

“No começo, achamos que não daria certo. Encontramos tantas dificuldades que pensamos que não iria funcionar, mas acabou que no resultado final foi muito positivo. Elas ficam reclusas e muito alheias a tudo que está acontecendo, e assegurar que elas exercessem o direito constitucional do voto delas foi muito significante. Quando eu estive lá, a comunidade prisional toda ficou muito satisfeita”, descreve.

Ana Paula explica que a votação aconteceu na unidade prisional de Barro Alto por solicitação da diretora do local e do juiz de execução penal; não foi algo que partiu da Justiça Eleitoral. Mesmo assim, ela enxerga que foi ótimo não só para as detentas, mas também para os agentes prisionais que não precisaram se deslocar do trabalho.

A logística do processo eleitoral

No processo da votação, a juíza eleitoral explica que, em primeiro lugar, observou-se a quantidade de presas definitivas e provisórias. “Presos definitivos não votam e nem são votados, têm seus direitos políticos suspensos”, explica. Portanto, todas as 20 detentas que votaram na semana passada eram provisórias (aguardavam julgamento) no momento do pleito.

Em seguida, após a análise da logística da unidade prisional, foi enviado um ofício para o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás (TRE-GO), que enfim deferiu a instalação da seção.

“O que foi feito nessa seção foi uma transferência temporária, que poderia ter sido feita até 18 de agosto. Fizemos essa transferência das eleitoras, os próprios agentes foram realocados. No próximo pleito, na eleição municipal, elas estão habilitadas a votar na seção de origem. Se ainda estiverem reclusas e tiverem capacidade eleitoral, é preciso fazer todo esse procedimento novamente”, conclui Ana Paula.

No segundo turno, haverá novamente uma urna na unidade prisional de Barro Alto. Portanto, as detentas poderão votar outra vez na disputa entre Lula e Bolsonaro pela presidência da República. Posteriormente, tal medida deverá se estender para as Eleições de 2024, as quais escolherão prefeitos e vereadores, inclusive em outras unidades do estado de Goiás.

Votos na unidade prisional

De acordo com o boletim de urna da seção eleitoral 253 da zona 74 em Barro Alto, havia 37 eleitores aptos para votar no local. Desses, 32 compareceram e cinco foram faltosos, isto é, com os documentos não regularizados. A DGAP informou ao DE que todas as 20 detentas votaram.

Na disputa para deputado federal, quem angariou mais votos foi a Delegada Adriana Accorsi (PT), com dez. Samuel Dupla Daniel e Samuel (PSC) ficou em segundo, com quatro votos. Elias Vaz (PSB) teve três, enquanto Daniel Mendes (PT), Gustavo Gayer (PL), Dr. Helio de Sousa (PSDB) e Delegado Humberto Teófilo (Patriota) tiveram dois cada. Kelly (PT), Dona Jacques (PSC), Subtenente Souza (UB) e Coronel Anésio (Patriota) tiveram um voto. Uma pessoa votou branco para esse cargo na urna de Barro Alto.

Para deputado estadual, o PT teve um voto de legenda, mas sem votos nominais. O PTB também teve um voto de legenda, mas Adalto Nunes, do mesmo partido, recebeu outros 15. Lincoln Tejota (UB) teve 11. Por fim, Delegado Eduardo Prado (PL), Givago Valadares (PRTB), Renato de Castro (UB) e Dr. Rodrigo Fernandes (Avante) tiveram um voto cada.

Para senador, foram 13 votos para Denise Carvalho (PC do B), oito para Wilder Morais (PL), cinco para Marconi Perillo (PSDB) e Manu Jacob (PSOL), e um para o Delegado Waldir (UB). Para governador, foram 16 para Gustavo Mendanha (Patriota), 12 para Ronaldo Caiado (UB), e dois para Wolmir Amado (PT) e Major Vitor Hugo (PL).

Por último, Lula (PT) foi quem teve mais votos para presidente na unidade prisional de Barro Alto, com 25. Bolsonaro (PL) ficou com nove, enquanto Padre Kelmon (PTB) teve um. Além disso, uma pessoa votou nulo.

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