Detentas de Ponta Grossa: Programa de ressocialização com trabalho fora da cadeia

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Detentas de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, estão participando de um programa da Polícia Penal do estado que permite que elas trabalhem fora da cadeia, reduzam o tempo de prisão e recebam salários. Os valores são divididos entre um fundo policial e contas das detentas. Saiba mais abaixo.

O programa permite que presas em regime fechado passem o dia em empresas parceiras, atuando como funcionárias, e voltem para penitenciária durante a noite – tudo com supervisão policial.

Na cidade, uma metalúrgica e um hospital particular já aderiram ao projeto, que também é aplicado em outras cidades do Paraná.

Ananda Chalegre dos Santos, diretora da Polícia Penal, explica que as unidades prisionais selecionam as detentas aptas a participar do projeto com base em critérios como bom comportamento, perfil para as vagas abertas e tempo para progressão de regime, por exemplo.

“Elas têm direito a remição: cada três dias trabalhados são um dia a menos de pena que deverão cumprir, e trabalham até progredir de regime – ir para o semiaberto, por exemplo. Quando forem embora da prisão, podem continuar trabalhando na empresa, mas daí no regime CLT”, explica.

As detentas selecionadas podem optar por aderir ou não ao programa. Uma delas, que está atuando na metalúrgica, conta que decidiu estudar e trabalhar desde que foi presa, e afirma que vê a oportunidade como uma forma de acreditar no futuro.

O trabalho fora da cadeia é remunerado com salários, sendo que 25% do valor é destinado ao fundo penitenciário da Polícia Penal. Os outros 75% são divididos, sendo 25% direcionados para uma conta poupança da detenta, e o restante fica à disposição da própria ou da família.

Para o secretário estadual de segurança pública, Hudson Leôncio Teixeira, o programa é uma ferramenta importante na ressocialização e inserção social das presas. Ele também afirma que a maioria das participantes desse tipo de projeto não volta a cometer crimes.

Com o trabalho, uma das detentas de Ponta Grossa pode progredir para o regime semiaberto em dois anos. A intenção dela é manter-se empregada na fábrica para reestruturar sua vida após a prisão.

Que essa iniciativa seja replicada em diversas outras empresas, ela está proporcionando a inclusão social. A oportunidade de olhar para o futuro, sem se prender ao passado, é vista como um recomeço e uma chance de recuperação pela detenta.

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