Detentos terão mais vagas de trabalho em presídio de Aparecida de Goiânia

trabalho no presídio

Detentos terão mais vagas de trabalho em presídio de Aparecida de Goiânia

Já nos próximos, os custodiados do Presídio Odenir Guimarães (POG) terão mais oportunidades de trabalhar para reduzir a pena. A criação da segunda unidade do Módulo de Respeito disponibilizará 140 novas vagas, totalizando 320, para ajudar a ressocializar a população carcerária e ainda diminuir a tensão dentro das unidades. O local foi construído pelos próprios detentos, o que ajudou a reduzir o custo arcado integralmente com recursos da iniciativa privada. 

Somente reeducandos com perfil específico podem acessar o espaço simples, mas mais confortável do que uma cela. Os “selecionados” contam com alojamento com dormitório coletivo de três a seis camas, televisão, banheiros coletivos limpos e nenhuma grade em portas ou janelas, ou seja, há mais liberdade. O promotor Fernando Krebs acredita que a proposta é interessante por ser vantajosa para o custodiado e para a sociedade. Ele cita como exemplo o caso do Chile, onde menos de 5% das pessoas que cumpriram pena retornam aos presídios.

“Existem estudos que revelam que o preso que trabalha se ocupa, ocupa a cabeça, não se envolve com violência ou com crimes dentro da própria unidade prisional. Portanto, o trabalho é a solução não só para o Brasil, não só para Goiás, mas para o mundo inteiro”, destaca.

A rotina deles se baseia no trabalho, revista humanizada, participação em cursos profissionalizantes e ainda limpeza e conservação da ala. O descumprimento das atividades acarreta em transferência para a cadeia tradicional. Os atuais beneficiados trabalham em uma fábrica de camisetas da marca Hering e os demais integrantes farão parte da equipe da Sallo confecção. O empenho deles é elogiado pelos empresários que atuam no presídio, segundo Krebs. “Dizem que a mão-de-obra dos presos é muito boa  e melhor do que das pessoas fora do sistema prisional”, frisa.

Mais barato para a sociedade

O novo prédio que abrigará os apenados com bom comportamento empregados da indústria ajuda a reduzir o custo de cada um deles para os cofres públicos. Em geral, esse valor gira entre R$60 mil e R$80 mil, enquanto em um Módulo de Respeito, fica abaixo dos R$ 900. Atualmente, o POG tem cerca de 1.321 presos condenados definitivamente e somente parte deles ocupa as vagas de trabalho do complexo prisional de Aparecida de Goiânia. 

“É uma construção simples, feita com o trabalho dos próprios presos, o que derruba os custos. Como foi doação da empresa de confecção Sallo, ela também buscou adquirir os materiais pelo menor custo possível e a compra foi feita pelo Conselho da Comunidade, ou seja, pela própria sociedade com a fiscalização do Ministério Público”, pontua Krebs.

O pedido da maior parte dos custodiados é por mais chances de integrar o projeto de ressocialização, embora nem todos estejam aptos. O promotor diz que o ideal seria triplicar a quantidade de postos de trabalho para alcançar ao menos mil vagas. Segundo ele, algumas centenas não querem ou não poderiam por questões relacionadas à personalidade, histórico, risco social, por ser membro de facção ou organização criminosa.

De acordo com Krebs, a intenção é repetir o modelo que tem apresentado bons resultados em Aparecida e estender o projeto para unidades prisionais no entorno de Brasília e no interior goiano. “O governo do estado chegou à conclusão de que é necessário investir na política que estimule o preso a  trabalhar. Em breve teremos um novo edital de chamamento público para entrada de mais empresas”, diz. 

Código Penal

A legislação penal, o preso em regime fechado ou semiaberto pode ter a remição da pena computada somente após  declaração do decisão do juiz responsável pela execução penal, depois de ouvido o Ministério Público e a defesa. Em caso de prática de falta grave, ele pode perder até 1/3 do tempo remido.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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