Detentos oferecem R$ 10 mil para agentes em troca de celulares, em presídio de Jataí

Dois detentos são suspeitos de oferecer R$ 10 mil, através de uma carta, para que policiais penais facilitassem a entrada de celulares em uma unidade prisional de Jataí, município da região sudoeste de Goiás. Na carta, de três páginas, os suspeitos ainda ofereceram R$ 1 mil por semana para que a entrada dos celulares continuasse.

De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP), a carta foi entregue a um policial plantonista na segunda (17) durante a escolta dos detentos para o atendimento médico realizado dentro do presídio. Um dos presos entregou a carta ao policial, que não abriu o material e seguiu com a escolta.

Após escoltar os detentos de volta para as celas, o policial entregou a carta ao coordenador da penitenciaria que, ao ler os pedidos dos presos, atribuiu a dupla ao crime de corrupção ativa.

Além do dinheiro, detentos também ofereceram mil reais por semana para que o serviço continuasse

Em um trecho da carta, os presos informam que os rádios (celulares) chegariam ao local e solicitam que a entrada dos eletrônicos seja facilitada. Em troca, o policial iria receber R$ 10 mil e, caso o serviço continuasse, ele ainda receberia o pagamento de R$ 1 mil semanalmente.

“Os rádios chegando hoje ou amanhã, já passo 10 mil, porque preciso do rádio pra baixar o aplicativo e ter acesso ao dinheiro. Pode ter certeza de que somente eu e o senhor vai estar sabendo, eu quero uma confiança da parte do senhor. Dando certo, o senhor pode ficar tranquilo que toda semana fechamos uma batida no valor de mil reais”, diz um trecho da carta.

No final da última página, o suspeito disponibiliza um número de telefone para que o policial tivesse acesso aos aparelhos eletrônicos.

Foi informado pela DGAP que as medidas cabíveis foram tomadas e os presos, que cumpriam pena por tráfico de drogas, foram encaminhados para a delegacia da cidade para que as providencias necessárias fossem tomadas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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