Detran terá primeiro concurso da história

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) deve realizar o primeiro concurso público de sua história. O certame está previsto para o próximo ano com salário inicial de R$ 4.258.

A criação de quadro próprio, com a estruturação da carreira, visa ampliar a rede de atendimento da autarquia e aperfeiçoar os processos de habilitação, educação de trânsito e fiscalização.

CONCURSO

O projeto de lei de autoria da Governadoria, com a criação de mil cargos de Agentes de Trânsito e Examinadores, foi aprovado na última semana, em segunda votação, pela Assembleia Legislativa de Goiás. A iniciativa abre caminho para a realização concurso público.

Criado em julho de 1980, o Detran-GO nunca realizou nenhum certame. Atualmente, a maioria dos servidores da autarquia é composta por comissionados e temporários.

Os cargos aprovados são de nível superior em qualquer área de formação. A carga horária de 40 horas semanais com possibilidade de trabalho em finais de semana e feriados conforme a necessidade e o interesse público. O projeto ainda deverá ser sancionado pelo governador Ronaldo Caiado.

“Estamos trabalhando para profissionalizar cada vez mais nossos serviços. O governador Ronaldo Caiado está investindo na melhoria e a ampliação dos atendimentos com inteligência. Em breve, teremos reforço nos quadros com técnicos e especialistas. Isso nos permitirá aperfeiçoar a formação de condutores e a fiscalização de trânsito”, pontua o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir.

BANCAS EXAMINADORAS

Uma das preocupações da administração é aumentar o número de bancas examinadoras com possibilidade de realização dos serviços nos 246 municípios goianos. “Queremos proporcionar mais dignidade e economicidade para todos cidadãos, evitando que tenham que se deslocar de seu município para realizar provas”, explica.

A ampliação do quadro de servidores da autarquia permitirá ainda que haja maior poder fiscalizatório. Atualmente, a fiscalização é realizada por meio de convênios com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia. “Temos necessidade de atuar em várias frentes e a falta de pessoal termina sendo um empecilho”, ressalta Delegado Waldir.

Além da fiscalização de trânsito, a autarquia atua na fiscalização e controle das atividades dos permissionários – Centros de Formação de Condutores, clínicas, oficinas e empresas de desmonte e comércio de peças usadas.

“Nossa meta é inibir atividades clandestinas, oferecendo maior segurança aos usuários dos serviços. Para isso, precisamos de mais profissionais”, finaliza.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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