Neste domingo, 20, Dia da Consciência Negra, o Movimento Negro Unificado (MNU) e outras entidades do movimento negro, com apoio dos movimentos sindicais e sociais, promovem a Marcha Zumbi e Dandara, em Goiânia. Com concentração marcada às 9h no Coreto da Praça Cívica, a Marcha seguirá às 10h para o Cepal do Setor Sul. No local, a partir das 11h e até o final da tarde, será realizado um grande evento político, artístico e cultural.
Sob o lema “por um Brasil sem racismo com democracia, faremos Palmares de novo para o bem viver”, o ato visa colocar o combate ao racismo no centro do debate do governo eleito do presidente Lula (PT), além de relembrar e homenagear a história de negros e negras do Brasil.
A programação da marcha em Goiânia
A programação destaca a Feira Preta, um local para expor e dar visibilidade aos produtos e alimentos feitos por negros e negras de Goiás. O evento conta também diversas atrações artísticas, como a roda de samba com o cantor Diego Mendes e o grupo de samba da Serrinha, show da banda Dona da Roda, discotecagem com DJ Genor, e aulão de danças urbanas com Jessika Gomes.
Terá ainda batalha de rima, roda de capoeira, torneio de basquete de rua, o espaço Erê, um ambiente destinado às crianças com inúmeras atividades lúdicas, além de um espaço de saúde e distribuição de mudas.
Por volta das 14h, será feita a assinatura do Manifesto Goiás sem Racismo. Iêda Leal, coordenadora nacional do MNU, convida as autoridades a estarem presentes e explica que o documento reafirma o compromisso em fortalecer políticas públicas de combate ao racismo em Goiás.
“20 de novembro é o dia que mais uma vez estamos reforçando os nossos laços de combate ao racismo no Brasil. Aqui de Goiânia, queremos convidar toda a população e autoridades para assinarem o compromisso de termos Goiás sem racismo”, ressalta Iêda.
Dia da Consciência Negra
Em 20 de novembro de 1695, morreu Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares. Por esse motivo, a data se tornou o Dia da Consciência Negra. Zumbi se tornou símbolo de resistência por sua luta contra a escravidão, que perdurou por séculos no Brasil.
Por conta de sua intensa luta, foi assassinado pelo estado brasileiro, teve sua cabeça decapitada e exposta para toda a população pelas autoridades. O objetivo da exposição foi desmentir a crença popular sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Sua resistência, no entanto, se tornou referência e imortal na luta antirracista. Por isso, o ato em todo o Brasil ressalta o lema “faremos Palmares de novo”, reforçando a luta contra a violência e a desigualdade racial.