Dia do Trabalhador (1º de maio) – Como ter sustentabilidade financeira ou buscar novas rendas em meio a pandemia?

O Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, levanta a discussão sobre o futuro do trabalhador brasileiro e em tempos de pandemia temos uma preocupação ainda maior, pois a crise ceifou milhões de empregos e jogou muitos brasileiros para informalidade. Mas, mesmo que continuou a trabalhar enfrenta problemas, com as incertezas para o futuro e novas reduções de ganhos que devem ocorrer nos próximos meses.

Neste momento é fundamental a educação financeira para esses profissionais. Infelizmente quase ninguém estava preparado para o momento vivido. Sempre alertei as pessoas perguntando: Caso tenha um imprevisto ou aconteça algo que o impossibilite de trabalhar e conseguir sua renda – infelizmente, ninguém está livre disso -, quanto tempo conseguiria sobreviver?

As respostas sempre me preocuparam. A maioria das pessoas, conforme conversas que temos, não conseguiriam sobreviver mais que poucos meses. Isso mostra que a situação pode ficar realmente muito complicada. Então, dominar o controle das finanças é crucial.

É importante se preocupar com o crescimento profissional e aumento da renda, mas é ainda mais importante se organizar e poupar dinheiro para garantir qualidade de vida no futuro.

A reforma da Previdência Social também impactou diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros; muitos já estão inseguros com o seu futuro. Frente a tantas mudanças, é imprescindível uma estratégia. O segredo é encontrar o “número da sua aposentadoria”, ou seja, quanto precisa guardar mensalmente para conquista a independência financeira. Fazendo as contas certas, acredite, é possível conseguir.

Para auxiliar nesse processo, vou compartilhar uma fórmula que criei há alguns anos, com base na minha experiência pessoal e profissional, como educador financeiro. Fiz um material que já faz todo o cálculo necessário de maneira automatizada, bastando colocar as informações nos lugares indicados. Basta clicar no link – http://info.dsop.com.br/calculo-de-aplicacao-para-independencia-financeira.

Para que não se tenha risco de o dinheiro acabar uma hora, o “número” deve ser de, no mínimo, o dobro do padrão de vida. Assim, a pessoa saca 50% do que é ganho com os juros mensais dessa aplicação, para viver da forma que planejou, e guarda o restante como reserva, que irá se acumular e continuar trazendo rendimento.

O trabalhador brasileiro deve ter em mente que o quanto antes pensar em seu futuro, mais fácil será para poupar dinheiro e atingir a quantia e o padrão de vida desejado.

Perdeu emprego

Mas, como dito no começo, também temos no país milhões de pessoas que perderam empregos ou que foram para informalidade. Para essas pessoas é preciso urgente a busca por rendas extra. Pensando nosso, veja algumas orientações para conseguir levantar novos ganhos:

• A primeira ação não é necessariamente um trabalho, mas o planejamento, reduzindo os gastos e conseguindo uma folga no orçamento. Como costumo lembrar, na maioria dos orçamentos pessoais e familiares é possível conseguir uma redução de 20% das despesas, apenas se atentando aos hábitos e comportamentos financeiros.

• Venda o que não usa mais ou não é tão importante. Faça uma faxina em casa, veja que pode ter roupas novas, eletros-eletrônicos que funcionam, jogos, sapatos e outros produtos que não são tão importante, essa é hora de repassar isso para frente e ganhar uma renda extra, existem muitos sites especializados em fazer esse intermédio e todo fôlego no caixa é necessário.

• Para trazer receitas, é válido considerar levantar uma renda extra com trabalhos pontuais que podem ser principalmente de entregas para quem tem carta de moto ou mesmo de carro, aplicativos de entregas estão em alta, e uma alternativa pode ser se cadastrar e buscar realizar esse tipo de ação.

• Tem também pessoas que estão desenvolvendo produtos ou mesmo utilizando o network para realizar vendas de produtos. Tem muita gente fazendo as famosas máscaras de proteção e ganhando um extra, tem outras que estão revendendo produtos online, lembrando que grandes magazines estão cadastrando para esse tipo de venda. Outro exemplo pode ser a venda de doces e alimentos no condomínio ou na região em que vive.

• Para quem não faz parte dos grupos de riscos e que podem sair de casa, estão surgindo vagas em supermercados, hospitais, farmácias e outras empresas que continuam com portas abertas, mas é preciso cuidado com a proteção nessa hora.

• Por outro lado, quem preferir seguir em sua área de atuação, um caminho é passar a oferecer serviços online, como de consultoria, aulas e freelances, por exemplo. Assim, além da renda extra, há também uma retomada de conhecimentos e aperfeiçoamento profissional. Quem tem habilidades específicas, como cozinhar ou educação financeira, pode fazer disso, agora, um hobby que gere renda.

Reinaldo Domingos é PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Está à frente do canal Dinheiro à Vista, é colunista do de diversos meios de comunicação. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira e o livro Por que enfrentamos dívidas e não estamos preparados.

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A crise moral da nova geração de médicos

Médico com máscara.

Por: SARA ANDRADE

Uma jornalista jovem de classe média tem livre circulação nos ambientes frequentados por pessoas com histórias relativamente parecidas: vivendo dentro dos seus vinte anos, formando-se na faculdade e começando carreiras no mercado de trabalho. Nesta bolha, destaca-se a quantidade de moças e rapazes que optaram pelo estudo da medicina.

Estão aí para provar as estatísticas: de 2000 para 2020, o número destes profissionais no Brasil mais que dobrou, passando de 230 mil para meio milhão, segundo resultados do estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”, liberado pelo Conselho Nacional de Medicina em parceria com a Universidade de São Paulo.

As milhares de entregas de canudo, tão comemoradas, foram responsáveis por alargar a média de médicos a cada mil habitantes no país: de 1,4 para 2,4, colocando o Brasil no mesmo patamar de nações como Japão ou Polônia, e apenas décimos atrás dos Estados Unidos, com média de 2,6. O que os números não podem mostrar, no entanto, são os pormenores deste fenômeno. Aqui vale o ponto de vista de uma jovem jornalista, e o cenário não é tão simples quanto parece.

A medicina sempre carregou consigo seu bocado de nobreza. Curar doenças, tirar a dor das pessoas, aumentar o tempo e a qualidade de vida: de fato, o jaleco branco pode ser uma espécie metafórica de batina, numa profissão quase sacerdotal, sagrada. Não seria falta de noção falar até em “amor ao próximo”. Muitos jovens estudantes parecem ter esta ideia romântica em mente: ajudar as pessoas através do trabalho de suas vidas. Não é só um emprego: torna-se missão e vocação.

Enquanto isso, outros estudantes de medicina parecem perdidos pelo caminho. Atenção: este é um questionamento aos que em breve serão médicos! Você está verdadeiramente preparado para abrir mão de si, dos seus desejos e caprichos, em prol de um desconhecido? Muitas vezes, seus pacientes serão “impacientes”, inoportunos e sem educação (até porque podem estar sob o efeito de grande dor).

Você pode não ser agradecido, nem reconhecido ou elogiado. Quem sabe até injustiçado. Pense consigo, você pode suportar? Você quer suportar? A sua escolha deve ser como em um casamento: o padre sempre avisa da riqueza e da pobreza, da saúde e da doença: quem diz sim, o diz para tudo.

Com o prestígio do ofício, vêm os abutres. Quantos não estão cursando medicina pelo status social, pelo dinheiro prometido, ou ainda apenas pela experiência da vida festeira de universitário? Tudo isso pode estar no pacote, caso o amor também se faça presente. Sem amor primeiro, é tudo vazio neste coração de doutor. Assim, a indagação martela nas mentes: como um universitário interesseiro e exibido, que nunca se doou a nada, nem a ninguém, pode ser um bom médico? De onde tirará o amor que tudo suporta, que persevera? Ninguém pode dar o que não tem.

Seria possível que um estudante qualquer de medicina, na condição de escravo de aprovação, de likes em redes sociais, incapaz de reconhecer o esforço da família para formá-lo, que só se importa em figurar bem para os amigos nos ambientes sociais… seria possível que disso saia altruísmo, doação e abnegação de si? Doar-se não é lá tão impossível e atos como arrumar a própria cama já são ótimos sinais de ordem interior. A disciplina, a sinceridade, a submissão aos superiores, tão necessárias no dia a dia do médico: tudo isso começa pequeno, mostrando-se no dia a dia do estudante.

Se você não sente obrigação nenhuma para com ninguém, se o mundo inteiro (seus amigos, pais) está sempre errado e você certo, ou se a culpa de seus fracassos, ou más ações, nunca é sua, pobre vítima… falta-te o principal para ser um bom médico: o amor. E este só vem com maturidade, com a compreensão de que sua vida não é para você se entupir de si mesmo, mas um presente ao mundo: ao tiozinho da esquina que sofre, à criança resfriada e à fofoqueira insuportável do bairro. Desse modo, seus dias ganharão um sentido maior.

Muitos reduzem o sucesso na vida ao sucesso profissional. Nada mais equivocado! Quantos não são fracassados com contas bancárias gordas? Isso acontece porque sucesso verdadeiro é ter personalidade, maturidade. E isso só se alcança com consciência moral, que diferencia bem e mal, e que gera noção de dever. Mas o que será de uma geração de jovens médicos que tem horror à própria ideia de moralidade? De ordem? Ou com uma dificuldade imensa de compreender a necessidade de regras, de ritos… Serão eles ricos? É possível. E também miseráveis, porque imaturos e sem personalidade. No fim, ninguém é feliz assim, ou cumpre seu chamado no mundo, sua vocação.

Aliás, o que levaria um jovem médico a doar-se por alguém? Sem sombra de dúvidas, a certeza da dignidade da vida humana, e o conhecimento da sua transcendência. Infelizmente, esta geração tem receio até mesmo de dizer que uma vida humana vale mais que a vida de um papagaio, ou de uma lesma. Como amar o humano, se não se sabe o que ele é, ou quanto vale? Ingênuo pensar que um estudante imaturo e incapaz de amar tornaria-se imediatamente amoroso e dedicado pelo toque mágico do diploma em suas mãos.

Essa dinâmica se aplica a todas as profissões, mas o médico deve ser o primeiro da fila a entender a vida. Porque muitas vezes, ela está em suas mãos. Um bom exemplo a guiar os novatos de consultório pode ser São Lucas. Médico, artista e historiador. Com uma vida inteira doada ao conhecimento da verdade humana. Que a paixão pela beleza da existência também inspire você a cada dia, jovem médico, e te leve ao amor maior. Especialmente neste dia 18, dia do médico e de São Lucas, padroeiro da honrosa missão de curar.

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