Dia dos professores: profissionais analisam transformações da educação na pandemia

Só na educação básica, trabalham mais de dois milhões de professores, segundo o Censo Escolar do IBGE. Eles e elas, assim como professores universitários, tiveram que atender em poucos meses uma necessidade que já vinha dando sinais antes da pandemia: aproximar a educação do mundo digital e online.

Para a professora Fernanda Cunha, da Universidade Federal de Goiás (UFG), para juntar estes dois mundos, existe um duplo desafio. Primeiro, o de infraestrutura. “Temos uma cultura digital intensa, mas por problemas sociais, econômicos e dos dirigentes do nosso país, existem escolas em que falta até luz. Educação precisa de internet veloz, para fazer download ou upload de uma videoaula, por exemplo”, afirma.

O outro problema, está na preparação dos educadores. Segundo a educadora, existe uma resistência “de pensar a formação dos professores para utilizar as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem”.

Retorno presencial

Quase dois anos depois do início da pandemia, o retorno presencial já é realidade. Para o professor Glauco Roberto, do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da UFG (Cepae), esta seria uma boa para reinventar a educação.

“As salas são pequenas? Vamos usar a quadra, o pátio, área com graminha ali do lado de fora. Vamos reinventar pedagogicamente. Estamos no século XXI, essa molecada sabe fazer um monte de coisa, não é possível que vamos enfileirar eles do mesmo jeito [que antes]”, defende o professor.

Por outro lado, Glauco reconhece que para essa reinvenção acontecer, os professores e professoras precisam de melhores condições de remuneração e tempo para trabalhar. “Quanto melhor remunerado, mais dedicação você pode ter. E a profissão requer tempo fora da sala de aula. Não dá para dizer aos professores que dão aula de manhã no Estado e à tarde em uma escola particular, por exemplo, [para completar a renda] e falar: parem e leiam bons livros”, explica.

E o que dá para fazer agora sem precisar de muito mais dinheiro ou grandes mudanças? Para o professor, intervalos estendidos com atividades culturais e esportivas, por exemplo. “Estamos vindo de dois anos trancados em casa. Precisamos apostar numa escola mais livre e aprender que a convivência é parte fundamental do conhecimento. [O aluno] tem que aprender todos os conteúdos sim, mas tem que aprender também a viver junto”, defende.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Israel ataca aeroporto no Iêmen com diretor da OMS presente no local

Israel realizou ataques aéreos nesta quinta-feira, 26, contra o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iêmen, e outros alvos controlados pelos rebeldes huthis. As operações, que deixaram pelo menos seis mortos, ocorreram após os disparos de mísseis e drones pelos huthis contra Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo dos ataques é enfraquecer o que chamou de “eixo do mal iraniano”.

Os bombardeios atingiram o aeroporto de Sanaa e a base aérea de Al Dailami, além de instalações militares e uma usina de energia em Hodeida, no oeste do país. Testemunhas relataram ao menos seis ataques no aeroporto, enquanto outros alvos incluíram portos nas cidades de Salif e Ras Kanatib. Segundo o Exército israelense, as estruturas destruídas eram usadas pelos huthis para introduzir armas e autoridades iranianas na região.

Durante o ataque ao aeroporto de Sanaa, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava presente. Apesar dos danos e vítimas relatados, Tedros afirmou estar “são e salvo”. No entanto, um membro da tripulação de seu avião ficou ferido. A comitiva da OMS e da ONU que o acompanhava não sofreu ferimentos graves.

O Irã, aliado dos huthis, condenou os ataques israelenses, classificando-os como um “crime” e uma violação da paz internacional. Os rebeldes huthis também denunciaram os bombardeios, chamando-os de uma “agressão contra todo o povo iemenita”.

Desde 2014, os huthis controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, após a derrubada do governo reconhecido internacionalmente. A guerra, que se intensificou com a intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, transformou o conflito em uma das maiores crises humanitárias do mundo.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp