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Dia Mundial Sem Tabaco: cigarro eletrônico atrapalha combate ao vício

Última atualização 21/06/2022 | 10:47

Desde 1987, o 31 de maio é lembrado como o Dia Mundial sem Tabaco, com objetivo de combater o vício Segundo estudos mundiais e dados nacionais, o Brasil é um dos líderes no combate ao tabaco e reduziu para 12,8% da população a quantidade fumantes. Enquanto isso, o uso do cigarro eletrônico aumenta e pode colocar a perder parte deste avanço.

De acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2021, 9,1% dos brasileiros acima de 18 anos de idade são fumantes. A maioria (11,8%) é de homens e 6,7% são mulheres. Mundialmente, o Brasil é tido como o país que mais conseguiu reduzir o número de pessoas que fumam, a partir dos 15 anos de idade, segundo pesquisa publicada na revista científica The Lancet. O estudo analisou populações de 204 países e foi divulgado ano passado. Por outro lado, o aumento do uso do cigarro eletrônico pode atrapalhar o avanço das últimas décadas.

“Estes dispositivos eletrônicos são uma tentativa de normalizar [o fumo] de novo.Anos atrás, fumar era considerado normal, coisa de quem é bem-sucedido, existia até um glamour relacionado ao hábito. Com as políticas de controle do tabaco, isso caiu por terra. Então, a indústria veio e inventou o dispositivo eletrônico, que atrai principalmente os mais jovens – crianças e adolescentes – e isso é muito perigoso”, alerta a médica pneumologista Fernanda Miranda.

Segundo estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), um em cada cinco jovens brasileiros fuma cigarro eletrônico. O dispositivo tem substâncias tóxicas que prejud9icam a saúde e causam vício, como nicotina.

Cigarro eletrônico tem nicotina e vicia. (Foto: Divulgação/ Ministério da Saúde)

Consequências do cigarro

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o tabagismo – vício no cigarro “tradicional” – é uma das principais causas de mortes que poderiam ser evitadas. “Para evitar doenças, o principal cuidado é não fumar”, explica a pneumologista.

As consequências para a saúde são diversas e vão além dos problemas respiratórios. Algumas das mais comuns são: enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, risco maior de infarto agudo do miocárdio, além de câncer na boca,laringe, estômago e bexiga, por exemplo.

Fumantes passivos também estão em perigo. “Geralmente, o risco é aumentado se existe convívio diário em ambientes fechados. É o caso de pessoas que fumam dentro de casa ou no trabalho. Não existe uma taxa de cigarro que seja ‘segura’ O tabaco está classificado no mesmo grupo do Amianto, por exemplo, que indica não haver quantidade mínima que descarte o risco”, alerta a médica. Quem fuma o cigarro eletrônico também prejudica quem está ao redor. “Temos estudos mostrando que crianças e adolescentes que não usam mas inalam o vapor do cigarro eletrônico, têm 55% mais chances de desenvolver bronquite. Isso mostra que ele não é inofensivo”, alerta a especialista.