Diane Keaton: Morte aos 79 anos de uma Ícone de Estilo com Independência

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Mãe aos 50 e ícone de estilo, Diane Keaton celebrava independência

Atriz de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” marcou o cinema e a moda com
autenticidade e liberdade — e recusou-se a se casar; “Não quero ser esposa.
Não”, disse à People em 2019.

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Diane Keaton morre aos 79 anos

“Eu não queria renunciar à minha independência”, assim respondeu Diane Keaton à
também atriz Lisa Kudrow em 2021 quando questionada do por que não havia se
casado. A estrela de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977) morreu neste sábado
aos 79 anos de idade.

No editorial, Keaton respondia perguntas de colegas e outros famosos, quando a
estrela de “Friends” — e colega de cena em “Linhas Cruzadas” (2000) — perguntou:
“nossa sociedade sempre teve uma expectativa de que as mulheres se casassem, e
você disse que isso simplesmente não parecia certo para você. O que motivou esse
sentimento?”.

1 de 3 Keaton em uma de suas últimas aparições públicas, no desfile da Ralph
Lauren em 2023 — Foto: Foto por ANGELA WEISS / AFP

Keaton em uma de suas últimas aparições públicas, no desfile da Ralph Lauren em
2023 — Foto: Foto por ANGELA WEISS / AFP

A norte-americana, conhecida por sua irreverência e estilo, afirmou que tomou a
decisão analisando a vida da própria mãe. “Isso remonta à minha mãe, porque,
para mim, quase tudo tem um significado”, explicou ela. “Eu amo meu pai, claro —
isso nem preciso dizer —, mas ela sempre esteve lá, e ele sempre trabalhava.”

Diane, que era a mais velha de quatro irmãos, contou a Kudrow: “eu vi o quanto
ela desistiu”.

> “Sinto que ela escolheu a família em vez dos sonhos. E ela era simplesmente a
> melhor mãe, mas acho que ela é a razão pela qual eu não me casei. Eu não
> queria renunciar à minha independência”, respondeu Diane Keaton.

Em 2004, para a revista People, contou que a mãe, de quem emprestou o sobrenome
de solteira, era multitalentosa e “provavelmente gostaria de ter tido uma
carreira no entretenimento”. “Ela cantava, tocava piano. Era linda”. Seu pai era
engenheiro civil na Califórnia, onde Diane Keaton cresceu.

Mãe adotiva de duas crianças, Dexter e Duke, já aos 50 anos, a atriz dizia que
os filhos lhe trouxeram um propósito real em sua vida que nunca teve antes.

> “Eu estava muito envolvido [erro de concordância de gênero: o correto é
> “envolvida”] em mim mesmo para sempre. E isso muda toda a paisagem da sua
> vida. Todo o seu ponto de vista no bom sentido”, disse ela à CBS News. “De um
> jeito bom… Eu só acho que ambos são milagres.”

“Hoje eu estava pensando: sou a única da minha geração de atrizes que foi
solteira a vida toda”, disse à People em 2019. “Estou muito feliz por não ter me
casado. Sou excêntrica. Lembro que, no ensino médio, um cara veio até mim e
disse: ‘Um dia você vai ser uma boa esposa’. E eu pensei: ‘Não quero ser esposa.
Não'”.

> “A propósito, ninguém nunca me pediu em casamento, então essa pode ser uma boa
> resposta”, disse ela, acrescentando: “Eu deveria ter começado por aí e
> encerrado o assunto.”

Keaton namorou vários dos principais nomes de Hollywood ao longo dos anos,
incluindo Al Pacino, Jack Nicholson e Warren Beatty.

ÍCONE DE ESTILO

Diane Keaton nunca precisou seguir tendências — ela as criava. Desde os anos
1970, a atriz construiu uma identidade visual que misturava excentricidade,
elegância e humor, tornando-se uma das figuras mais singulares da moda em
Hollywood.

2 de 3 Em 2004 foi indicada ao Oscar de Mulher Atriz por “Alguém Tem que Ceder”.
Na foto, Diane Keaton durante o almoço de indicados. — Foto: Foto por HECTOR
MATA / AFP

Em 2004 foi indicada ao Oscar de Mulher Atriz por “Alguém Tem que Ceder”. Na
foto, Diane Keaton durante o almoço de indicados. — Foto: Foto por HECTOR MATA /
AFP

Seu figurino em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), com gravatas largas,
coletes, chapéus e calças de alfaiataria, não apenas refletia sua personalidade
fora da tela como também redefiniu o que se entendia por “roupa feminina” na
época. O visual, idealizado em parte pela própria Diane, inspirou mulheres a
explorarem um estilo mais andrógino e autêntico — e até hoje é referência nas
passarelas e editoriais de moda.

Keaton fez do terno seu vestido de gala e do chapéu seu símbolo. Com o tempo,
seu estilo evoluiu, mas sem perder coerência: o preto e o branco, as
sobreposições, os cintos marcados e as silhuetas amplas se tornaram sua
assinatura. Ela transformou a moda em uma forma de expressão pessoal, um
manifesto silencioso sobre liberdade e identidade.

Além de ícone de elegância, Diane também foi admirada por seu olhar estético
fora do cinema — uma apaixonada por design e arquitetura, publicou livros sobre
decoração e fotografia, sempre com o mesmo senso de humor e olhar apurado que
marcaram sua carreira.

3 de 3 Capa de um de seus livros, “Fashion First”, onde se debruça sobre a moda
— Foto: Reprodução

Capa de um de seus livros, “Fashion First”, onde se debruça sobre a moda — Foto:
Reprodução

Mais do que vestir-se bem, Diane Keaton se trajava de ideias — de independência,
originalidade e autenticidade —, tornando-se um ícone de estilo imortal.

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