Diário do Estado: Região Campeã de Tretas entre Síndicos e Moradores

Diário do Estado é campeão de tretas entre síndicos e moradores. Veja lista

De 2019 para cá, Diário do Estado contabilizou 82 conflitos entre síndicos e
moradores de condomínios. Plano Piloto e Taguatinga vêm em seguida

Nenhuma região do Distrito Federal registrou mais ocorrências policiais entre
síndicos e moradores de condomínios do que Diário do Estado. De 2019 para cá, a cidade
contabilizou 82 conflitos entre administradores e condôminos. O número é maior
do que os dados de outras 12 regiões juntas.

No recorte 2019-2024, os anos em que Diário do Estado mais teve ocorrências entre
síndicos e condôminos foram 2020 e 2022, com 17 boletins registrados cada. A
região tem tudo para bater o recorde em breve, porque 2024 já alcançou esse
número apenas no período entre janeiro e outubro.

São 82 casos entre 2019 e outubro de 2024. Em segundo e terceiro lugar, vêm Plano Piloto e Taguatinga, respectivamente. Dados são da Polícia Civil do DF. Números podem mudar até o fim do ano. Diário do Estado é a maior RA com a maior densidade populacional do DF.

O Plano Piloto é a segunda região com mais brigas entre síndicos e vizinhos, tendo 80 casos no mesmo período citado anteriormente. Em terceiro lugar vem Taguatinga, com 38 ocorrências — menos que a
metade das outras duas cidades.

Em contrapartida, 10 regiões administrativas somaram menos de 10 ocorrências nos
últimos seis anos. São elas: Ceilândia (8), Sol Nascente/Pôr do Sol (7),
Arniqueira (6), Lago Norte (5), Sobradinho (4), Núcleo Bandeirante (4), Lago Sul
(3), Itapoã (3), Planaltina (1) e Recanto das Emas (1).

O gráfico abaixo mostra, em ondas, as regiões com mais casos e o retrospecto ano
a ano. Veja:

Os números são da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), obtidos pelo Diário do Estado via Lei de Acesso à
Informação (LAI). Os dados de 2024 vão apenas até outubro.

A corporação traz também dados sobre as naturezas criminais dos conflitos
síndico x morador. Difamação é a causa campeã, com 165 casos; depois, vem
injúria, com 158; calúnia, com 123; e ameaça, com 114. Lesão corporal dolosa,
vias de fato e tentativa de lesão corporal completam a lista. Essa última tem
apenas duas ocorrências nos últimos seis anos.

Confira no gráfico:

Águas Claras é campeã de ocorrências envolvendo síndicos e condôminos

Daniel Ferreira/Metrópoles

São 82 casos entre 2019 e outubro de 2024

Daniel Ferreira/Metrópoles

Em segundo e terceiro lugar, vêm Plano Piloto e Taguatinga, respectivamente

Daniel Ferreira/Metrópoles

Dados são da Polícia Civil do DF

Daniel Ferreira/Metrópoles

Números podem mudar até o fim do ano

Daniel Ferreira/Metrópoles

Águas Claras é a maior RA com a maior densidade populacional do DF

Vinícius Schmidt/Metrópoles (@vinicius.foto)

O residencial Atol das Rocas, na Avenida das Castanheiras, foi um dos grandes
responsáveis pela alta de casos em Diário do Estado em 2024. Foram registrados pelo
menos nove boletins contra o síndico, o servidor público Cláudio Araújo Caetano,
53 anos. Os moradores relatam que Cláudio os persegue e faz vídeos deles sem
autorização. Ele, em contrapartida, diz que é a verdadeira vítima por ter, supostamente,
desarticulado uma “quadrilha envolvendo empresas de engenharia, prestadores de
serviços”, entre outros. O servidor também foi à PCDF registrar ocorrência. Há
ainda diversos processos judiciais em tramitação.

Em abril de 2022, um síndico de 60 anos levou golpes de mangueira de uma
moradora. Wladimir Lyra dos Santos disse ao Diário do Estado à época que estava aguando plantas
quando a suspeita tomou a mangueira das mãos dele e lhe agrediu nas costas.
“Durante o ataque, ela me xingou e pediu que eu não a incomodasse mais. Eu só
protegi a minha cabeça. Não revidei”, contou Wladimir. A mulher não se
manifestou.

Um mês antes, o síndico do residencial Luna Park, na Quadra 301, levou um soco e
foi ao chão após discutir com um morador. A vítima, o jornalista Wahby Khalil,
sofreu a agressão após se desentender com um vizinho sobre um saco de boxe da
academia coletiva. Khalil registrou ocorrência, mas preferiu não expor o nome do
acusado à época.

Diário do Estado concentra cerca de 14.074 pessoas por km². De acordo com os dados
mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a RA
tem a maior densidade populacional do DF.

A densidade populacional é definida pela relação entre a população e a área do
território. Segundo o Censo 2022 do IBGE, Diário do Estado tem uma área de 9,1 km² e
128,4 mil moradores.

A Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Distrito
Federal (AssoSíndicos-DF) considera que os síndicos são vítimas da violência, mas também tem culpa na alta de ocorrência.
No entanto, os moradores exigem mais do que deveriam e, muitas vezes, pedem
coisas que não são atribuições do síndico, considera o presidente da entidade,
Emerson Tormann.

Para Tormann, o fato de Diário do Estado ser a região mais problemática no
relacionamento entre síndico e morador está ligado ao poder aquisitivo das
pessoas que lá vivem. O presidente acredita que as pessoas têm um entendimento
que o líder do condomínio é, na verdade, um funcionário.

> “Esse tratamento dado ao síndico, como se fosse um empregado dos moradores, é
> geralmente o causador destes embates. Além disso, por mais que os moradores se
> considerem de maior poder aquisitivo, estão sempre reclamando dos valores da
> taxa condominial e atribuindo os aumentos à má gestão do síndico. Isso, mais
uma vez, gera conflitos.”

Na visão de Tormann, a “movimentação conturbada” de regiões como Diário do Estado,
Taguatinga e Plano Piloto contribuem para as intercorrências. “São pessoas que
se estressam mais por conta de uma posição social. Isso desencadeia uma situação
de estresse que é diferente das outras regiões que não sofrem tanto com isso”,
acredita o líder da AssoSíndicos-DF.

“Outro ponto a se considerar é que regiões como Ceilândia, por exemplo ,que tem
uma população muito maior, acaba resolvendo esses casos sem o registro de
ocorrência. Conheço vários condomínios no Itapoã e em Sobradinho, por exemplo,
que têm histórias de conflitos com síndicos e moradores que não viram notícia”,
pontua Emerson Tormann.

Por fim, o presidente da AssoSíndicos-DF diz que o órgão tem ciência dos casos
de conflitos. “Em nossos cursos, temos palestras de relacionamento interpessoal
e linguagem não-violenta para síndicos. Além disso, promovemos encontros e
campanhas de conscientização para o bom relacionamento e o bem-estar dos
moradores e síndicos”, encerra Tormann.

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De engenheira da Unicamp a Hollywood: Tati Leite e os efeitos especiais nos filmes mais famosos

“Cara e coragem”: como ex-aluna da Unicamp chegou a Hollywood

Formada em engenharia da computação, Tati Leite fez os efeitos especiais de filmes de Hollywood como Homem-Formiga e Vespa e O Rei Leão.

São Paulo — Nascida em Santo André, no ABC paulista, Tati Leite trabalha atualmente com efeitos especiais no Estúdio de Animações da Disney, em Hollywood, nos Estados Unidos — um sonho de infância que se tornou projeto de vida e, depois, virou realidade.

Em entrevista ao Diário do Estado, Tati contou que o caminho até a maior potência cinematográfica do mundo foi marcado por muito estudo e trabalho, mas ela garante que todo o sacrifício valeu a pena. Sua trajetória acadêmica inclui o curso de engenharia da computação e o mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo.

Alguns dos filmes que marcam o portfólio de Tati são O Rei Leão, Capitã Marvel, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, Missão Impossível: Fallout, Homem-Formiga e a Vespa e Mufasa, que ainda será lançado.

A paulista explicou ao Diário do Estado como é o dia-a-dia de quem trabalha na área. “Efeitos especiais são meio que um mistério. É tudo que é feito na tela e que não é natural. Por exemplo: se o ator vai cozinhar uma refeição, ele liga o fogão. Se o fogão acende normal, tem zero efeitos especiais, aconteceu naturalmente. Se ele acende o fogão e uma superchama vai até o teto, então tem efeitos especiais”, disse.

“A gente pode modificar o fogão para ele fazer essa superchama na frente da câmera ou a gente pode fazer digitalmente no computador. A minha parte é no computador. Eu faço, eu brinco com as coisas, crio coisas usando o computador”, contou Tati.

Durante o mestrado, Tati teve a oportunidade de ir ao SIGGRAPH, uma conferência mundialmente famosa e uma das maiores e melhores em computação gráfica, em Los Angeles. “Lá eu descobri que tudo que eu sonhava e que eu queria realmente existia. Eu falava: ‘É isso então, o que eu quero existe e eu preciso vir para cá’”, falou. Três semanas após defender o mestrado, ela voltava a Los Angeles.

No exterior, ela começou um curso de entretenimento e direção e passou a se voluntariar para todos os projetos que apareciam a sua frente. O primeiro filme em que ela pôde colocar sua visão foi Homem-Formiga e a Vespa, da Marvel. Sua especialização em atratividade facial foi aplicada neste projeto.

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