Diário Oficial da AGM não substitui jornal em licitação

A Associação Goiana dos Municípios (AGM) pode levar os prefeitos a incorrer em crime de improbidade administrativa na publicação de atos administrativos e diplomas legais em seus respectivos e recém criados Diários Oficiais dos Municípios, administrados na plataforma criada pela AGM. A Lei 8.666/93 determina que as publicações devem ser feitas em jornais de grande circulação.

A promotora de Justiça Leila Maria Oliveira, da promotoria do Patrimônio Pùblico do Ministério Público de Goiás (MP-GO), explicou ao Diário do Estado que além de publicar no Diário Oficial, órgãos públicos, entre eles, prefeituras municipais, devem publicar em veículos de grande circulação. “A lei exige que seja em jornais de grande circulação e no diário oficial. Esse da AGM é um facilitador, mas mesmo publicando nele, é necessário publicar no veículo de grande circulação”, explicou.

O advogado constitucionalista Danilo Freitas disse que analisando a questão, “se por um lado, por ser a AGM uma entidade de representação dos municípios associados, poderia se garantir, hipoteticamente, um maior alcance da publicação e, com isso, atrair mais interessados, ampliando a competitividade, por outro, o Município deve, obrigatoriamente, em atendimento ao princípio de publicidade e da transparência, possuir ele próprio site oficial e divulgar seus próprios atos, sendo que a rede municipal de computadores permite a amplitude de divulgação, não importando se disponibilizado em site individual ou coletivo. Como advogado em direito público e administrativo, entendo que o Município deve publicar no seu próprio site (oficial) o Edital de licitação na modalidade pregão. Em todo caso, entendo que em nenhuma hipótese a AGM poderia obrigar os municípios associados a publicarem seus editais no site daquela entidade”.

Segundo o advogado, para os casos de licitação em que é necessário a publicação de edital, o local de publicação, no mínimo uma vez, tem relação com quem licita e a fonte de recursos do que será licitado. Assim, conforme ele, o município deverá publicar o aviso em jorlnal diário de grande circulação no Estado ou no município. “A questão cinge-se a aceitar ou não a hipótese do site da AGM como sendo o meio eletrônico próprio à publicação desses editais”.

O chefe do departamento jurídico da AGM Sérgio Siqueira explicou que a entidade apenas mantém a plataforma que administra os Diários Oficiais dos Municípios que estão sendo criados pelas administrações municipais. “A AGM apenas administra a base de dados dos diários oficiais dos entes federados”, explicou.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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