Diferença salarial de professor em início e fim de carreira é de 50% no Brasil

Uma pesquisa nacional revelou que o salário de professores nas redes estaduais de educação não variam mais que 50% no início e fim da carreira profissional. A estatística indica que a progressão financeira limitada é um dos fatores que afasta os jovens da licenciatura. A categoria tem um piso nacional, mas os reajustes não se estendem ao longo do tempo de trabalho. No ano passado, o salário mínimo dos profissionais com ensino superior foi de R$ 3.845,34. Em Santa Catarina e em Sergipe não houve diferença.

 

“Não tem como esperar um professor motivado sem amplitude de carreira. Pagar o mesmo salário de quem está entrando na profissão significa desconsiderar a experiência, o conhecimento que o docente adquire em sala de aula. É muito desmotivador”, afirma o coordenador do Movimento Profissão Docente, Haroldo Rocha.

 

A entidade fez o levantamento com base em informações das secretarias estaduais. Atualmente, a violência nas escolas tem sido apontada como  mais um fator de aversão dos professores das salas de aula. O risco de agressões físicas e verbais se soma a questões como condições de trabalho inadequadas e culminam em problemas de saúde mental. Doenças relacionadas à mente se tornaram ainda piores em 2022, quando comparado a 2020. Pesquisa da Nossa Escola revelou que 21,5% dos profissionais a classificaram como “ruim” ou “muito ruim”.

 

O advogado Carlos Lopes trocou anos de dedicação em um colégio por audiências em busca de melhores perspectivas de vida. Ele lecionava Matemática para alunos do Ensino Fundamental e percebeu que o retorno financeiro não seria interessante.

 

“Eu decidi me dedicar a um plano B, por isso cursei Direito. Me realizei como professor, mas me redescobri em outra área pessoalmente e em termos de renda. Não me arrependo. Atualmente, eu admiro ainda mais quem ingressa e persiste na educação. Temos muito a melhorar em diversos aspectos”, aponta.

 

Desiludidos, jovens apostam em profissões melhor remuneradas. As licenciaturas em Exatas vêm apresentando menos interessados. Além dos afastamentos voluntários, as aposentadorias criam vagas que dificilmente são preenchidas. O resultado são projeções nada animadoras: o Brasil pode ter déficit de 235 mil professores até 2040. A grade curricular nacional tem 11 áreas de formação específica e oito delas (biologia, química, geografia, ciências sociais, educação física, filosofia, letras e história) registraram queda de concluintes nos últimos quatro anos, segundo o Instituto do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior.  

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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