A Diocese de Luz, responsável pela administração da Igreja de Sant’Ana em Bambuí, declarou que possui autonomia na gestão e cuidado dos bens e espaços de culto. A manifestação veio à tona após a restauração da pintura da Santa Ceia ter gerado uma briga entre o padre e um radialista, além de ter sido criticada pelo autor original da obra.

O radialista conhecido como Jésus alega ter sido agredido pelo padre durante um programa ao vivo em Bambuí. A confusão entre os dois se deu durante a transmissão do programa “Domingão do Jesão” na Rádio Sucesso FM, ocasião em que o radialista comentava sobre a restauração da pintura da Santa Ceia feita na igreja.

O pintor original da obra, Jesus Chaves Martins, afirmou que não foi consultado sobre a restauração realizada em 2022 e que o novo trabalho deturpou a pintura original feita por ele em 1974. Segundo o pintor, a nova versão alterou as cores e proporções da obra, infringindo seus direitos autorais.

Em resposta à polêmica, a Diocese de Luz afirmou que a Igreja Católica detém autonomia para gerir seus bens e espaços de culto, conforme o Código de Direito Canônico. A instituição ressaltou que as melhorias realizadas no espaço litúrgico são fundamentadas na responsabilidade eclesial de zelar pela beleza e funcionalidade do culto divino.

A Diocese salientou que não há registro de tombamento oficial do templo por órgão público e que continuará acompanhando a situação à luz da verdade, da comunhão e da caridade cristã. A instituição expressou a intenção de oferecer orientação e encaminhamentos necessários para resolver a questão de forma pacífica e respeitosa.

A controvérsia em torno da restauração da pintura da Santa Ceia evidenciou um conflito entre o padre e o radialista, que levou o caso às autoridades policiais. A Polícia Civil informou que o incidente está sendo tratado como lesão corporal leve e só abrirá investigação se o radialista formalizar a denúncia.

A restauração da pintura sacra em Bambuí se tornou um caso complexo envolvendo questões artísticas, religiosas e legais. A comunidade local acompanha o desenrolar dos acontecimentos com atenção, enquanto a Diocese de Luz busca agir de acordo com os princípios da verdade e da caridade cristã para resolver a situação de maneira justa e equilibrada.