O diretor da Unidade Prisional de Trindade, Eduardo Ribeiro Martins, foi afastado do cargo após denúncias de tortura, maus-tratos, agressões físicas e psicológicas contra detentos do local. A denúncia foi realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP), em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No documento assinado pela juíza Vivian Martins, seis reeducandos afirmaram ter sido torturados e espancados por pelo menos três servidores da unidade. Um dos detentos chegou a relatar que eles eram colocados sem roupas na ”casinha do cachorro” com forma de castigo.
“Relatam que é jogada água fria de 20 em 20 minutos neles, com início às 18 horas e com término às 06 horas da manhã do dia seguinte. Relataram que os agentes ficam cobrando que eles aprendam a falar preso em cinco idiomas, sendo que jogam mais água. Também relataram que são colocados por até cinco dias no Nuclinho como castigo, sem colchão e sem banho. Relataram que alguns saem de lá mal conseguindo andar”, diz trecho do documento.
O presidente da OAB em Trindade, George Alexander Neri de Carvalho, afirmou que as denúncias foram feitas por detentos durante uma visita ao presídio. George, inclusive, utilizou fotos, vídeos e áudios para sustentar a denúncia.
Em nota, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária informou que a determinação judicial foi cumprida e que o diretor foi remanejado para outra unidade prisional. Um procedimento interno foi instaurado pela DGAP para apurar os fatos.