Diretor do Flamengo gera polêmica ao comentar sobre jogadores africanos: Especialistas criticam postura discriminatória

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Especialistas criticam frase do diretor da base do Flamengo sobre jogadores africanos

Recentemente, o novo diretor das categorias de base do flamengo, Alfredo Almeida, causou polêmica ao fazer declarações sobre as valências físicas e mentais de jogadores africanos. Em entrevista coletiva de apresentação, Almeida destacou a importância das características dos atletas de diferentes regiões do mundo. No entanto, suas declarações foram duramente criticadas por especialistas no estudo das questões raciais, que apontaram um viés racista em suas palavras. O diretor do Observatório de Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, afirmou que a fala de Almeida reproduz estereótipos nocivos sobre a população negra, reforçando ideias preconceituosas.

Na entrevista, Almeida afirmou que os atletas brasileiros têm características únicas, como a magia e a relação especial com a bola, que não são encontradas em outras partes do mundo. Ele ressaltou ainda que a África se destaca pelas valências físicas, enquanto a parte mental estaria mais desenvolvida em outras regiões, como a Europa. Essa visão dicotômica sobre as habilidades dos jogadores de diferentes origens gerou críticas e levantou debates sobre o preconceito no futebol e na sociedade em geral.

A declaração de Almeida também foi questionada pelo jornalista Luis Fernando Filho, que destacou a diversidade do futebol africano. Ele ressaltou que a África não pode ser considerada um país homogêneo, mas um continente com diversas culturas e estilos de jogo. Filho enfatizou que países como Senegal e Mali têm produzido jogadores extremamente talentosos e táticos, que fogem dos estereótipos baseados em características físicas.

Diante da repercussão negativa de suas declarações, Alfredo Almeida emitiu um pedido de desculpas, alegando que sua fala foi mal interpretada e que não teve a intenção de discriminar. Ele reforçou seu respeito por todas as culturas e prometeu manter seu compromisso com o trabalho de formação no Flamengo, baseado em valores de inclusão, diversidade e ética. A polêmica gerada pelas declarações do diretor ressalta a importância do debate sobre o racismo e o preconceito no futebol e na sociedade, e a necessidade de promover uma visão mais inclusiva e respeitosa em relação às diferenças.

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