Diretor jurídico do Corinthians explica projeto de pagamento de dívidas: “Modelo mais vantajoso”

O Clube do Parque São Jorge pretende destinar 4% de suas receitas recorrentes para o pagamento de parte das pendências. O próximo passo é a renegociação do débito tributário.

Responsável pela gestão do departamento jurídico do Corinthians, o advogado Vinícius Cascone detalhou o projeto apresentado pelo clube para pagar R$ 367 milhões em dívidas ao longo dos próximos dez anos. De acordo com o gestor, o RCE (Regime Centralizado de Execuções) era a melhor saída para o clube neste momento.

– O Corinthians entendeu que esse modelo é bem mais vantajoso. Temos muitas dívidas, elas foram se acumulando ao longo dos últimos anos e temos que resolver o problema. Tivemos inúmeros processos, inúmeros bloqueios. Muitas vezes, gerava o vencimento antecipado das parcelas e estava nos sufocando. Você não conseguia pagar, é uma situação grave – comentou Cascone em entrevista ao PoropoPod, podcast criado pela equipe de comunicação do Corinthians.

No projeto apresentado à Justiça de São Paulo, o clube do Parque São Jorge sugere pagar parte das dívidas destinando mensalmente 4% de suas receitas recorrentes. Além disso, o Timão pretende destinar 5% do dinheiro recebido com a venda de atletas para leilões destinados aos credores.

– Propor a RCE é um caminho para organizar o fluxo de pagamentos para fazer com que todos recebam e não apenas um. Também não podemos deixar a dívida aumentar. Temos que honrar com nossos compromissos. O Corinthians propôs esse regime para organizar sua dívida e regularizar sua situação. As obrigações recorrentes do mês serão pagas em dia e isso facilitará demais a organização jurídica e financeira do Corinthians.

Ainda segundo Cascone, o departamento jurídico pretende apresentar em breve uma proposta à Justiça para regularizar suas dívidas tributárias. Vale ressaltar que a RCE engloba apenas ações que tramitam na esfera cível, deixando de fora outros valores expressivos como dívidas trabalhistas e o financiamento com a Caixa Econômica Federal para a construção da Neo Química Arena.

– O Corinthians deve muito dinheiro de tributos. Estamos discutindo uma transação tributária para também fazer um parcelamento e botar em dia essa questão para fazer com os governos recebam o dinheiro devido pelo clube.