Diretora do Flamengo é denunciada por xenofobia contra nordestinos: “carrapatos”

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Diretora do Flamengo é denunciada por xenofobia contra nordestinos: “carrapatos”

A diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Ângela Rollemberg Santa Landim Machado, foi denunciada por xenofobia à Justiça Federal do Rio de Janeiro. A esposa do presidente do clube, Rodolfo Landim, gerou polêmicas nas redes sociais após ter feito posts comparando nordestinos a carrapatos durante as eleições de 2022. A ação criminal foi julgada pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Após a denúncia, em defesa, Ângela relatou que não teve a intenção de ofender os nordestinos, ainda ressaltou ser natural do estado de Sergipe e ter vivido por quase 30 anos na região Nordeste.

Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) argumenta que as afirmações e o pedido de desculpas não isenta Ângela das responsabilidades e não são suficientes para satisfazer o dever de reparação plena e integral, devida a repulsa causadas pelas declarações e a reprovabilidade de conduta.

Os procuradores afirmam que a mensagem, que equiparou os nordestinos a carrapatos, representa uma ofensa à dignidade e à honra, uma vez que buscou desumanizar e inferiorizar o grupo de pessoas dessa região.

“Depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias”, afirmam os autores da ação.

Relembre

Após os resultados das eleições de 2022 através das redes sociais, a diretora de Responsabilidade Social do Flamengo compartilhou o post com as seguintes palavras: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias. Se o gado morrer, o carrapato passa fome”. Na época o marido, Rodolfo Landim, ainda saiu em defesa dela ao afirmar que a fala da esposa foi apenas um “desabafo”. Ele também relatou que a mulher tinha “o direito de se posicionar”.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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