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Diretora do Flamengo é denunciada por xenofobia contra nordestinos: “carrapatos”

Última atualização 14/06/2023 | 17:23

A diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Ângela Rollemberg Santa Landim Machado, foi denunciada por xenofobia à Justiça Federal do Rio de Janeiro. A esposa do presidente do clube, Rodolfo Landim, gerou polêmicas nas redes sociais após ter feito posts comparando nordestinos a carrapatos durante as eleições de 2022. A ação criminal foi julgada pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Após a denúncia, em defesa, Ângela relatou que não teve a intenção de ofender os nordestinos, ainda ressaltou ser natural do estado de Sergipe e ter vivido por quase 30 anos na região Nordeste.

Entretanto, o Ministério Público Federal (MPF) argumenta que as afirmações e o pedido de desculpas não isenta Ângela das responsabilidades e não são suficientes para satisfazer o dever de reparação plena e integral, devida a repulsa causadas pelas declarações e a reprovabilidade de conduta.

Os procuradores afirmam que a mensagem, que equiparou os nordestinos a carrapatos, representa uma ofensa à dignidade e à honra, uma vez que buscou desumanizar e inferiorizar o grupo de pessoas dessa região.

“Depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias”, afirmam os autores da ação.

Relembre

Após os resultados das eleições de 2022 através das redes sociais, a diretora de Responsabilidade Social do Flamengo compartilhou o post com as seguintes palavras: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias. Se o gado morrer, o carrapato passa fome”. Na época o marido, Rodolfo Landim, ainda saiu em defesa dela ao afirmar que a fala da esposa foi apenas um “desabafo”. Ele também relatou que a mulher tinha “o direito de se posicionar”.