Discurso de Lula na ONU é ignorado por boa parte dos jornais internacionais

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 24, em Nova York. O discurso contou com críticas direcionadas a várias questões globais, mas foi ignorada por boa parte da mídia internacional.

Por tradição, o Brasil é o primeiro país a discursar, logo após secretário-geral da entidade. O discurso de Lula foi acompanhado por 8 de um total de 24 veículo internacionais no intervalo de três horas de pronunciamento. Destes, 6 eram da América Latina.

A expectativa era de que o Brasil voltasse a ser protagonista em veículo de comunicações internacional, após crises diplomáticas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O discurso, no entanto, foi aguardado por poucos jornalistas durante a assembleia geral.

Em maioria, a declaração de Lula sobre a ausência de países da região do Conselho de Segurança, órgão mais poderoso da ONU, era inaceitável. No New York Times, principal jornais norte-americano, não realizou nenhuma citação sobre o discurso do presidente brasileiro.

Já o Washington Post chegou a mencionar as declarações do brasileiro em uma reportagem, mas apenas citando críticas que o governo de Lula vem recebendo devido as queimadas que se espalham pelo país.

Como foi o discurso de Lula?

Durante a primeira fala, Lula citou o apoio à luta dos palestinos por um território próprio e saudou o presidente Mahmoud Abbas, que representava o Estado da Palestina. “Dirijo-me em particular à delegação palestina, que integra pela primeira vez essa sessão de abertura, mesmo que ainda na condição de membro observador”, disse.

O presidente brasileiro seguiu o discurso citando conflitos simultâneos na Ucrânia e no Oriente Médio, citando a falta de instrumentos da ONU para interromper guerras ou punir envolvidos.

Lula também destacou que a democracia está passando por um momento crítico pós-guerra. Ele enfatizou que a democracia enfrenta desafios significativos, especialmente com a ascensão da extrema direita em várias partes do mundo. Essa observação foi feita em uma reunião que contou com a ausência de figuras importantes como o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

Ainda durante o discurso, o presidente criticou a ONU por sua falta de representação feminina. Lula ressaltou a necessidade de mais mulheres em posições de liderança dentro da organização. Essa crítica veio em um momento em que a ONU está considerando a possibilidade de eleger sua primeira chefe em 2026.

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