Discussão no plenário da Câmara dos Deputados quase acaba em agressão

Os deputados federais Paulo Guedes (PT-MG) e Gilvan da Federal (PL-ES) se desentenderam durante o plenário na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quarta-feira, 05. A sessão era destinada a discursos parlamentares e, na ocasião, Gilvan criticou a reforma tributária, aproveitando a oportunidade para chamar o presidente Lula (PT) de “ladrão”.

Segundo o deputado do PL, a reforma tributária deveria, na verdade, se chamar “reforma de aumento de imposto”. “Já declaro meu voto contrário. Essa é a reforma do dito pai dos pobres, que não é pai dos pobres, é o pai da mentira, é o maior charlatão que existe no nosso País. Mentiroso, ex-presidiário, ladrão! Vou votar contra!”, disse.

Além disso, Gilvan complementou dizendo para “fazer o ‘L’ para comer picanha e cerveja”, provocando afirmando que, na verdade, aqueles que votaram no petista irão ganhar “aumento em todos os impostos para deixar de ser otário”.

O deputado Paulo Guedes rebateu a fala, a classificando como mentirosa e chamando o parlamentar de covarde. “Eu quero aqui repudiar a fala do Deputado Gilvan, uma fala mentirosa, uma fala de ódio, uma fala de quem quer expressar e mentir para o povo brasileiro, expressão da vergonha e da mentira”, defendeu.

Em seguida, o petista diz que Gilvan precisa “se enrolar em uma bandeira para enganar as pessoas”. “Seja brasileiro! Seja homem, rapaz! Isso é covarde!”, acrescentou.

As imagens mostram o bolsonarista exaltado em frente ao petista, a pouca distância e cobrando explicações sobre a réplica. Com isso, foi causado um tumulto que teve que ser apartado por seguranças e parlamentares.

“Mantenhamos a calma”

O presidente da sessão e primeiro suplente da Mesa Diretora, deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP), pediu que os participantes se acalmassem. “Eu gostaria de pedir, senhores deputados, deputado Paulo Guedes e deputado Gilvan da Federal, que mantenhamos a calma neste plenário, por favor. Vamos manter a calma neste plenário. A discussão democrática é natural nesta Casa. Vamos, por favor, aguardar”, pediu.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Braga Netto tentou obter dados de delação de Mauro Cid

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar a prisão do general Walter Braga Netto, na manhã deste sábado, 14, foi fundamentada pela tentativa de ele tentar obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para a Polícia Federal em setembro do ano passado. Segundo a Polícia Federal, a ação pode ser caracterizada como obstrução de Justiça. As informações foram prestadas na última audiência de Mauro Cid à PF, no dia 21 de novembro.

A decretação da prisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, a investigação, conforme a Polícia Federal, demonstra que houve contatos de Braga Netto com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid.

“[Os contatos] tinham a finalidade de obter dados sigilosos, controlar o que seria repassado à investigação, e, ao que tudo indica, manter informado os demais integrantes da organização criminosa”, aponta a decisão de Moraes.

O ministro é relator do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outro argumento aponta que a PF, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da deflagração da operação “Tempus Veritatis”, encontrou papeis na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientariam perguntas e respostas sobre delação de Mauro Cid.

“Foi identificado na sede do Partido Liberal (PL), sob a mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Braga Netto, documento com perguntas e respostas acerca da colaboração premiada realizada pelo investigado Mauro Cid”.

Na decisão de Moraes, há trechos de como Cid informou à PF sobre as ações do general.

“Basicamente isso aconteceu logo depois da minha soltura, quando eu fiz a colaboração naquele período, onde não só ele como outros intermediários tentaram saber o que eu tinha falado”.

Dinheiro na sacola de vinho

Outra novidade que Mauro Cid trouxe, na audiência no último dia 21, foi sobre o financiamento das ações de forças especiais por parte de Braga Netto.

“O general repassou diretamente ao então Major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, apontou Cid.

Isso foi confirmado pela PF que descobriu a compra de celular e carregamentos de chip, com pagamentos em espécie em estabelecimento na cidade de Brasília.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp