A embaixada do Brasil em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi alvo de ataques nesta terça-feira, 28. Nenhum funcionário da representação brasileira foi ferido, mas a bandeira do país foi levada por manifestantes. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “confia no governo congolês para adotar as medidas necessárias para controlar a situação”.
Além do Brasil, as embaixadas da França, Estados Unidos, Uganda, Quênia e Ruanda também foram atacadas. O Itamaraty expressou preocupação com a deterioração da situação humanitária e a violência contra civis e infraestruturas. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, classificou os ataques como “inaceitáveis”, enquanto o homólogo queniano, Musalia Mudavadi, afirmou que o país está “profundamente preocupado” com os ataques à sua embaixada.
A violência no Congo se intensificou nos últimos dias, com manifestantes tomando as ruas de Kinshasa e rebeldes do grupo M23 assumindo o controle do aeroporto de Goma. Nos últimos três dias, mais de cem pessoas morreram e cerca de mil ficaram feridas.
O conflito no país, que dura mais de três décadas, atingiu seu pico mais violento desde 2012. As raízes da crise remontam ao genocídio de Ruanda, em 1994, e à disputa pelo controle dos ricos recursos minerais da região.