DJAVAN: Um brinde à firmeza criativa do artista na levada pop jazzy

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Um brinde à firmeza criativa de Djavan!

Djavan mostra coerência e fidelidade ao próprio som na levada pop jazzy do single ‘Um brinde’ — Foto: Mar + Vin / Divulgação

Djavan mostra coerência e fidelidade ao próprio som na levada pop jazzy do single ‘Um brinde’ — Foto: Mar + Vin / Divulgação

♫ ANÁLISE

♬ Tem música nova de Djavan no mundo desde a noite de ontem, 25 de setembro. Primeira amostra de Improviso, álbum que o artista lançará em 13 de novembro, Um brinde é música para ser sorvida por quem aprecia a sofisticação harmônica do cancioneiro do compositor.

Um brinde está longe de ser uma música de fácil apreensão na era volátil de áudios e vídeos fragmentados do TikTok. Se quisesse, Djavan poderia facilitar com melodias menos imprevisíveis e menos sinuosas. SQN. E é isso que torna o artista um gigante da MPB desde que apareceu há 50 anos no palco do festival Abertura (1975), projetado pela tela nacional da TV Globo.

Com mais de cinco minutos e meio, a gravação de Um brinde é biscoito fino. A música é levada por aquele suingue típico de Djavan em flerte do pop com o jazz. Se for ouvida sem atenção, talvez provoque rejeição imediata. É preciso deixar Um brinde fluir para perceber o requinte que há na música e na gravação produzida pelo próprio Djavan com o balanço pop jazzy.

O time de músicos – formado por Felipe Alves (bateria), Jessé Sadoc (trompete), João Castilho (guitarra), Marcelo Mariano (baixo), Marcelo Martins (sax tenor), Paulo Calasans (piano), Rafael Rocha (trombone) e Renato Fonseca (teclados) – está totalmente afinado e reforça a marca atemporal da obra autoral do artista.

Como Chico Buarque, Djavan parece imune à tentação de atualizar uma obra já desde sempre moderna na essência. O cantor até deu uma rejuvenescida no som e na imagem em 1998, com o álbum Bicho solto, mas sem nunca deixar de ser fiel a si mesmo.

Djavan nunca foi refém dos caprichos do mercado. Nunca fez um disco igual ao outro para bisar o sucesso. São poucos os artistas que atravessam a fronteira dos 50 anos de carreira com absoluta fidelidade aos próprios princípios. Saudações a quem coragem de se manter íntegro em um universo artístico que convida a todo momento os cantores a cometerem pequenas (grandes) traições em nome do sucesso! Um brinde à firmeza e à coerência criativa de Djavan!

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