Dólar a R$ 6 vai salgar Natal do brasileiro? Veja impacto
Dólar começou novembro cotado a R$ 5,87 e fechou o mês valendo R$ 6. A alta no período foi de 2,2%
Com o valor nominal mais alto em relação ao real na história, o dólar americano pode se tornar um vilão para a inflação se ficar nesse nível por um período mais longo. Como as importações são feitas em dólar, itens como produtos industrializados, alimentos e combustíveis podem ser afetados e ficar mais caros a médio prazo.
Para as festas de fim de ano, como o Natal, o impacto já poderá ser sentido, mas de maneira parcial segundo especialistas ouvidos pelo DE. O economista Aurélio Troncoso, pesquisador do Centro de Pesquisas da Unialfa, acredita que os preços devem aumentar pressionados pelo dólar na casa dos R$ 6, principalmente em itens como frutas e vinhos.
“O empresário, se ele comprou e não pagou ainda, com certeza ele vai subir o preço. Se ele já pagou, ele vai utilizar a prerrogativa do aumento do dólar (para elevar o preço). Então, quer dizer, é o mercado e um pouco é o próprio empresariado que vai trabalhar com o preço mais alto”, explica.
O dólar começou novembro cotado a R$ 5,87 e fechou o mês valendo R$ 6. A alta no período foi de 2,2%. O principal fator que levou à alta foi a posição do mercado a respeito do corte de gastos anunciado pelo governo, considerado insuficiente para o equilíbrio das contas públicas.
Decoração em BH – Arranjos com cores do Natal – Fechar modal.
PRESENTES
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) Andre Braz acredita que, como a alta mais expressiva na moeda estrangeira ocorreu nos últimos dias, os preços não devem ser impactados, sobretudo os dos presentes.
“A alta do dólar não, necessariamente, vai impactar o presente de Natal. Isso porque essas encomendas já foram feitas, há uma taxa de câmbio mais baixa lá atrás. Tudo que está disponível hoje para venda já foi importado. Então, provavelmente essa alta não vai impactar produtos natalinos. A menos que haja um tipo de especulação”, avalia.
A dica de Troncoso para que o consumidor lide com eventuais aumentos é que pesquise e busque alternativas. “Tem de procurar frutas de época no Brasil. Em vez de buscar vinho importado, pega um brasileiro, tem muito vinho brasileiro bom”, aconselha.
O economista acredita que o dólar não vai ficar no patamar atual. “Nós temos que esperar para ver. Eu acredito que esse dólar vai ter uma queda. Mais ou menos, vai chegar no patamar aí de R$ 5,70, R$ 5,75”, acredita.
DISPARADA DA MOEDA
A maior variação do dólar foi na quinta-feira (28/11), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o detalhamento do pacote de gastos. A expectativa do governo federal é uma economia de R$ 70,5 bilhões em dois anos.
Um dos principais pontos de insatisfação do mercado com o pacote anunciado pelo governo foi a ampliação da faixa de isenção para o desconto do Imposto de Renda (IR), elevada para R$ 5 mil. O governo planeja compensar a renúncia na arrecadação com uma taxação maior nos salários superiores a R$ 50 mil.
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