Bom humor volta ao mercado: dólar cai a R$ 5,70 e Bolsa deslancha
Os mercados de câmbio e ações retomaram o bom humor nesta terça-feira (25/3). O dólar fechou em queda de 0,75%, cotado a R$ 5,70. Isso depois de três sessões de alta. Na véspera, por exemplo, a moeda americana havia registrado elevação de 0,61%, a R$ 5,75.
No mercado de capitais, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou alta de 0,57%, aos 132.067 pontos. No dia anterior, ele havia caído 0,77%, aos 131.321 pontos.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, os investidores acompanharam nesta terça-feira, no quadro interno, a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), O documento faz uma análise e traz justificativas sobre o aumento da taxa básica de juros, a Selic, na semana passada, quando ela foi fixada em 14,25% ao ano.
Na interpretação do mercado, diz Shahini, o tom da ata veio mais duro. Ela sinalizou claramente a possibilidade de um novo aumento da Selic já na próxima reunião do Copom, em maio, sem descartar uma elevação adicional na reunião seguinte, em junho”, diz. “O Banco Central destacou que manterá os juros em patamares elevados pelo tempo necessário para assegurar a convergência da inflação à meta.
Além disso, acrescenta o analista, dados econômicos divulgados nos Estados Unidos contribuíram para a valorização do real nesta sessão. “O índice de confiança do consumidor americano apresentou queda acima do esperado em março, marcando o quarto mês consecutivo de retração”, afirma. “Os dados sobre o mercado imobiliário também vieram abaixo das expectativas.”
Essas informações, observe-se, indicam um eventual desaquecimento da economia americana. Com isso, aumentam as possibilidades de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduzir os juros nos Estados Unidos. Tal perspectiva atenua a tendência de valorização do dólar e, ao mesmo tempo, aumenta a atratividade dos mercados de ações, em especial em países emergentes, como é o caso do Brasil.
Nesta terça-feira, por conta desses fatores, o Ibovespa chegou a registrar uma alta de 1,5%, por volta das 12h50, ultrapassando a marca de 133 mil pontos. Embora o ritmo da elevação tenha diminuído, a maioria das ações teve um desempenho positivo, com destaque de papéis de grande peso no índice, como os da Petrobras e da Vale, além de ações de bancos como o Bradesco e o Itaú.